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‘Saudade é o amor que fica’: O drama de viver longe das mães

Um autor desconhecido afirma que “saudade é o amor que fica”. Mas, para alguns, sair do colo da mãe e deixar apenas a saudade não é uma escolha, mas uma necessidade. Seja para estudar, seja a serviço da humanidade ou qualquer outro motivo, deixar o colo e os cuidados materno é doloroso para muitos.

Larissa Morais tem 21 anos e vive longe da mãe desde os 17. Segundo ela, o que sente mais falta quando está longe são os detalhes do dia. “As minhas comidas, as minhas roupas, de ter alguém pra conversar. É falta total. Por isso que no começo eu ia tanto pra casa. A falta é grande”, explica Larissa, emotiva ao recordar a sua chegada a João Pessoa.

Em uma situação como essa, o filho se torna mais independente e precisa assumir as responsabilidades sozinho. Isso passa a ser mais intenso quando se tem um filho. Para Larissa, toda a referência de maternidade que ela tem hoje veio da mãe e da avó, que souberam dizer “não” na hora certa. “Não em tudo de se impor e deixar-la triste, mas dar o que ela precisa sem que a estrague”, declara Larissa, falando sobre o que aprendeu e coloca em prática hoje com sua filha de um ano.

Em Montevidéu, capital de Uruguai, é comum que os jovens saiam de casa logo após completarem 18 anos. Claudia Bonilla,34, passou a morar sozinha ainda em seu país com 22 anos, mas logo após veio em missão religiosa para o Brasil. Para ela, deixar o país foi uma oportunidade para estreitar os laços entre mãe e filha. “O vínculo, eu acho que só se fortalece. A medida que você tem esse ‘novo’ na vida de um jovem, de enfrentar coisas novas, os pais, pelo contrário, estão mais perto”, descreve.

Telefonemas se multiplicam

Quem está longe encontra meios para driblar a saudade e as redes sociais são facilitadoras quando a distância atrapalha. Larissa conta que ela e a mãe, Lucimar Moraes, se falam todos os dias. E agora com a netinha, Lucimar encontra nas videochamadas a saída para acompanhar o crescimento da família, mesmo que em outro estado.

Mas ainda há aquelas mães que não fazem parte dessa geração. “A minha mãe não gosta muito de redes sociais”, explica Claudia, encontrando o consolo da saudade então na velha e fiel ligação.

Quando se fala em um vínculo gerado desde a concepção, a distância é apenas um detalhe para aqueles que aprendem a amar. Quem sai da casa da mãe já teve um quintal, já teve almoço pronto, um lar, mas até o fim da vida terá um colo quando quiser voltar.

Feliz Dia das Mães!

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