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Sentimentos bons e ruins têm papel importante na saúde cardiovascular, diz especialista

Cardiologista Valério Vasconcelos lembra que ansiedade eleva risco de pessoa saudável sofrer um infarto
Saúde
Foto: Imagem ilustrativa/Pixabay

O Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão, aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). A estimativa é de que cerca de 19 milhões de brasileiros têm algum transtorno de ansiedade. Segundo o cardiologista e pesquisador Valério Vasconcelos, a ansiedade e outros sentimentos podem elevar em 30% a 40 % a chance de uma pessoa saudável sofrer um infarto. Também é comum que pacientes ansiosos procurem um cardiologista, ao supor que estão tendo um ataque cardíaco.

“Tenho visto no consultório cardiológico, a cada dia, um aumento no número de pessoas ansiosas”, afirma o médico. “A depressão, quando associada à ansiedade, funciona como uma bomba para o coração”, alerta Valério Vasconcelos.

Autor do livro ‘O coração gosta de coisas boas’, Vasconcelos lembra que o coração é o símbolo das emoções. “E a ciência comprova isso. Todos os dias experimentamos sentimentos bons e ruins que têm um papel importante nas doenças cardíacas. Isso leva ao envio de estímulos elétricos pelo sistema nervoso ao coração e também à liberação de substâncias químicas que atuarão no nosso coração”, diz. “Nós, cardiologistas, recebemos nos consultórios, com cada vez mais frequência, pacientes com transtornos de ansiedade manifestando algum problema cardiológico”.

Do ponto de vista médico, explica Valério, a base bioquímica da síndrome do pânico é a baixa de serotonina, ocasionando sintomas diversos, como a aceleração dos batimentos cardíacos, em uma resposta corporal às emoções intensas durante a crise. “Por isso, é comum os pacientes ansiosos procurarem o cardiologista, achando que estão tendo um ataque cardíaco”.

Valério Vasconcelos também explica que emoções positivas, como alegria, tranquilidade e paz, levam a um estado de equilíbrio emocional, fazendo com que o batimento do coração fique bem ritmado. “Por outro lado, as emoções negativas, como estresse, medo e tensão, levam a um desequilíbrio emocional e ao favorecimento de doenças cardíacas”, afirma o especialista. “Pode acontecer nesse caso um aumento da frequência cardíaca, ocasionando sintomas de palpitação, muitas vezes descritos como sensação de batedeira no peito ou pescoço e que pode levar a tontura, desmaio, fraqueza, dor no peito e até mesmo a uma parada cardíaca”, pontua.

Foto: Rizemberg Felipe/Divulgação

O cardiologista diz que, ao atender um paciente com esse sintoma, costuma fazer as seguintes perguntas: Como acontece esse sintoma? Quantas vezes acontece a palpitação? Quanto tempo demora? Ocorre repentinamente ou paulatinamente? Ela para rápido ou devagar? “A partir da conversa com o paciente, é possível identificar se há indícios de ansiedade ou se a situação exige uma investigação maior em relação ao sistema cardiovascular daquele indivíduo”, explica.

Valério Vasconcelos comenta ainda que a ciência sugere uma associação entre estresse, depressão e doença cardíaca. “Vários estudos sugerem fortemente que certos fatores psicossociais, como o sofrimento, a depressão e a perda de emprego, contribuem para ataques cardíacos e parada cardíaca”, declara, ressaltando que é muito importante a discussão sobre a saúde mental das pessoas e a orientação para que procurem ajuda especializada, se necessário.

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