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Sindicato e Estado contestam MEC sobre Hino: ‘ideia maluca’

A Secretaria de Educação da Paraíba e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de João Pessoa (Sintem) criticaram duramente a medida determinada pelo Ministério da Educação (MEC), nessa segunda-feira (25), de que alunos tenham que cantar o Hino Nacional nas escolas e que o ato seja filmado. Segundo a Educação estadual, escolas da Paraíba não vão aplicar essa medida.

O primeiro email enviado pelo MEC, assinado pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez, para as escolas do país trazia ainda o slogan adotado na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante as eleições, “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”

Ao Correio Debate, da Rede Correio Sat, o secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade, chamou a ideia de “maluca” e defendeu que há outros problemas mais graves na educação do país que precisam ser debatidos.

Trindade questionou o fato da determinação ter ocorrido à noite, por email, atropelando a autonomia dos Estados e sem ser discutida com autoridades da Educação, pedindo ainda que atos sejam filmados e enviados ao governo.

“Esse patrulhamento é inaceitável! Isso não tem lógica! 50% dos jovens do Nordeste chegam ao 5º ano do ensino fundamental sem saber ler. O governo tem que olhar para isso”, afirmou.

Ao Correio Debate, o presidente do Sintem-JP, Daniel de Assis, também apresentou posicionamento crítico semelhante. Assim como Trindade, Assis pontuou problemas que precisam de solução na educação do país e alertou que o respeito a símbolos nacionais deve ser construído, com diálogo.

MEC volta atrás e refaz pedido

A polêmica sobre a determinação se alastrou pelo país e, após a repercussão negativa, o MEC voltou atrás e a refez. O novo email, assinado por Vélez, que vai ser enviado para as escolas ainda nesta terça-feira (26), começará da seguinte forma:

“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração”.

Na nova mensagem, foi retirado o slogan da campanha de Bolsonaro, o que foi classificado pelo MEC como “equívoco”, e incluído que a gravação em vídeo pode ser voluntária, feita com autorização legal da pessoa filmada ou de seu responsável. Segundo o MEC, a atividade faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos.

Nesta terça (26), uma publicação da Revista Fórum diz que a oposição vai acionar o ministro Vélez por improbidade administrativa, por ele ter usado slogan de campanha eleitoral em comunicação institucional do governo.

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