Moeda: Clima: Marés:
Início Notícias

Sintomas invisíveis impedem diagnóstico de violência em policiais

Desde o início de 2018, quatro casos de violência envolvendo policiais militares da Paraíba foram registrados, causando uma grande repercussão entre a sociedade, por se tratar de agentes que fazem, justamente, a segurança das pessoas. O Portal Correio entrou em contato com a Polícia Militar e seus órgãos de assistência social e encontrou algumas respostas para essas atitudes.

Leia também: 

A violência, além de todos os conceitos registrados em dicionários, pode ser exercida como uma forma de intimidação moral e, nada mais comum que respeitar um agente de segurança pública, ainda mais se o mesmo for um policial militar, função respeitada pela população, mas que pode cometer deslizes pontuais, por se tratarem de seres humanos, passíveis de erros e deslizes ao longo de toda a vida.

Recentemente na Paraíba, quatro casos repercutiram bastante na sociedade. Agentes que deveriam servir à população, se viram como os vilões, envolvendo-se em casos de extrema violência, chegando a tirarem a vida de cidadãos comuns e até crimes envolvendo os próprios policiais, dentro de instituições de educação militar.

Para responder às questões que envolvem os fatores psicológicos que, sem dúvidas, devem ser parte do dia a dia de um policial, o Major Meirelles, diretor do Centro de Assistência Social da Polícia Militar da Paraíba, falou sobre todo o aparato disponibilizado pela corporação para resolver e tentar prevenir esses casos.

Leia também:

De acordo com o major, “o acompanhamento psicológico para os policiais pode funcionar de três maneiras, uma delas é quando o agente, por qualquer circunstância, se submete a um quadro de stress excessivo e pode haver o cometimento de alguma falta, então o juiz ou o juízo remete o policial ao Centro de Assistência Social. Outra forma é quando o comando da unidade identifica uma doença ou uma anormalidade no perfil ou comportamento do policial e nos encaminham-no para tratarmos desse ponto; a outra forma é por iniciativa própria do policial”, disse.

Sobre o trabalho preventivo, o Centro de Assistência Social da PM age de forma bem pontual, indo até os batalhões, para tratar dessas temáticas, incluindo as demandas de possíveis atos cometidos por policiais, e de fato, inibir que novas atitudes voltem a acontecer.

“Temos um trabalho preventivo. Nós visitamos as unidades e batalhões. Nessas visitas, fazemos palestras preventivas, de combate ao stress e sobre situações que envolvem o dia a dia do policial, e também trabalhamos no sentido de tentar fazer com que esses casos não aconteçam ou caso aconteçam, que sejam de forma bem menor”, destacou o major Meirelles.

Sobre os casos registrados recentemente, o corregedor geral da Secretaria de Segurança Pública, Servilho Paiva, disse que são pontuais, mas que são casos que não são visíveis aos olhos e que, portanto, não podem ser previstos e prevenidos.

“A natureza humana não pode ser prevista aos olhos de outrem. São coisas que não são visíveis, mas a PM tem um corpo de médicos e psicólogos para tentar prevenir o máximo de acontecimentos como estes”, disse.

Ele ainda explicou que a Polícia dispõe de exames periódicos feitos quando os oficias assumem outros postos, porém, explicou que os exames psicológicos são feitos apenas no momento em que assumem o posto de policial.

“Existem os exames periódicos, de passagem de postos onde todos são submetidos a exames médicos, mas não psicológicos. Estes só acontecem no ingresso do policial à corporação”, relatou.

Denúncias

Segundo dados da Ouvidoria da Polícia Militar, em 2017, 39 denúncias foram recebidas pelo setor e foram encaminhadas à Corregedoria para adoção de medidas inerentes a cada fato. Algumas das denúncias foram resolvidas mediante conciliações e/ou mediações realizadas na própria ouvidoria, entre denunciante denunciado, por se tratar de questões de caráter inerente a situações interpessoais e sem gravidade, seguindo a perspectiva do uso dos meios alternativos de resolução de conflitos atualmente recomendados no cenário jurídico nacional.

Outras formas de prevenir

Ainda de acordo com o major Meirelles, o Centro de Assistência Social da PM recomenda aos comandantes, que ao saberem de alguma ocasião mais grave, que possa afetar o psicológico de um membro da corporação, indique-o imediatamente para o setor.

“Nós recomendamos aos comandantes que afastem e encaminhem ao nosso setor, os policias que por acaso se envolvam em algo fora do normal, como uma troca de tiros que acarreta em uma morte, situações que configurem um alto grau de stress”, finalizou.

publicidade
© Copyright 2024. Portal Correio. Todos os direitos reservados.