Moeda: Clima: Marés:
Início Recomendamos

Superando o preconceito: cuidado com a saúde mental e psicoterapias

Especialista discute tabus e a importância de buscar ajuda profissional

Ansiedade e estresse, além de muita preocupação, são sintomas cada vez mais recorrentes nas sociedades atuais caracterizadas pela produção contínua e pelo trabalho ininterrupto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o Brasil ocupa a primeira posição em prevalência de ansiedade. São 18 milhões de pessoas, equivalendo a 9,3% da população total. Nisso, a saúde mental tem ocupado lugar de destaque: o preconceito quanto as psicoterapias têm diminuído aos poucos nos últimos anos, mas ainda encontra barreiras.

Se comparada a uma forma de autocuidado, tanto quanto a prática de exercícios físicos, há ainda um pouco de resistência da população em buscar tratamentos com psicólogos. E alguns pontos chamam atenção, segundo a Profa. Ma. Camila Yamaoka, do curso de Psicologia do Unipê.

“O primeiro preconceito que podemos abordar sobre a psicoterapia é a percepção de que esse tipo de tratamento é só para pessoas com algum problema mental, com ‘atestado de loucura’. Da mesma forma, também foram criados alguns tabus de que não se pode expor os próprios medos, inseguranças ou os sentimentos pessoais, pois assim a pessoa se expõe e demonstra suas fraquezas”, discorre a psicóloga.

Camila aponta ainda que, em geral, as dores emocionais são vistas como bobagens e passageiras. “A grande questão é que quando se acumulam, terminam se expressando em problemas mais sérios, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico”, atenta Camila.

A especialista diz que para evitar a percepção negativa sobre os acompanhamentos psicológicos ou psiquiátricos, é preciso antes ter consciência de que fazer uma psicoterapia pode mudar a vida para melhor. Ainda, a terapia pode ajudar na superação de conflitos do passado, restaurar o equilíbrio emocional e proporcionar a oportunidade de crescer pessoalmente, profissionalmente e emocionalmente.

Recorrendo a ajuda profissional

O modo atual de vida, cada vez mais agitado e com maior acúmulo de atividades e sobrecarga, faz com que as pessoas adoeçam. E negligenciar o cuidado com a saúde mental pode trazer prejuízos. Ao não impor nem respeitar seus limites, elas podem ter problemas no desenvolvimento de habilidades estratégias saudáveis para lidar com momentos mais difíceis na vida.

“Conforme a OMS, a ansiedade e a depressão são as doenças mais incapacitantes no mundo. O Brasil é considerado o país com mais pessoas estressadas na América Latina. E a falta de conhecimento da gravidade que o estado depressivo pode atingir coloca em risco a vida de pessoas em situação de sofrimento”, conta Camila.

Então sintomas como tristeza, preocupação excessiva, medo, ansiedade, depressão, raiva, angústia, desânimo constante, entre outros, que não melhoram com o passar dos meses, apontam para a necessidade de busca por ajuda profissional.

“Observe se há um ‘descontar’ em algum hábito, como fumar, beber ou comer. Outra questão importante é ter a percepção de que pontos mal resolvidos no passado podem influenciar em questões atuais na nossa vida. A terapia vai nos ajudar a reconhecer nossas emoções, a desenvolvermos o autoconhecimento e sabermos lidar com as questões que possam nos trazer sofrimento psíquico”, salienta Camila.

publicidade
© Copyright 2024. Portal Correio. Todos os direitos reservados.