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Arma do crime na Paraíba é de cano curto e calibre 38

Dia 22 de maio. O sargento da Polícia Militar Lucimário Ferreira é encontrado morto, com marcas de tiros no corpo às margens da PB-032, que dá acesso às cidades de Pedras de Fogo e Alhandra. Dia 26 de maio. Severino Maciel, gerente de um posto de combustíveis em João Pessoa, é morto a tiros ao reagir a um assalto planejado, segundo investigação da Polícia Civil, pelo próprio filho. Dia 11 de junho. O sargento Francisco Marinho, da Polícia Militar, é assassinado a tiros quando chegava em casa, no município de Queimadas.

O que os três crimes têm em comum? O tipo de arma utilizada para matar as vítimas. Em todos os casos, um revólver ou pistola, ou seja, todas de cano curto. É essa a arma do crime na Paraíba. De acordo com pesquisa inédita “De onde vêm as armas do crime apreendidas no Nordeste?” produzida pelo Instituto Sou da Paz, a maioria das armas usadas para prática de crimes no estado é de cano curto, calibre comum e brasileira. Os números foram obtidos a via Lei de Acesso à Informação junto à  Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.

No período avaliado foram apreendidas 2.224 armas de cano curto, sendo 1.915 revólveres e 309 pistolas, o que representa 57,2% do todo de apreensões. A polícia também conseguiu tirar das mãos dos bandidos 1.509 espingardas e 154 outros tipos de armas, conforme o estudo. Os dados são relativos ao ano de 2015 e são parciais.

O estudo apontou, ainda, que há uma representatividade importante das armas artesanais que chegam a somar quase 19% do total de apreensões na Paraíba. Das 404 verificadas na contagem, 381 eram espingardas, 20 eram garruchas e o restante de espécies residuais. Significa que foi verificada uma proporção considerável de quase um quinto das armas apreendidas com fabricação artesanal, sendo a maioria delas espingardas.

Em relação ao calibre, verificou-se o predomínio de calibres de uso permitido. O calibre 38 foi o usado para os crimes praticados no estado em 60% dos casos.

“O número de mortes por armas de fogo no Nordeste cresceu 98% em dez anos, alcançando 18.217 registros em 2015, o que representa 44% do total nacional, apesar de abrigar cerca de 28% da população. Este e outros desafios impostos pela crise de segurança na região justificam a análise das armas que vitimam a população destes estados”Ivan Marques. Diretor-executivo do Instituto Sou da Paz.

Falta de transparência

O perfil foi traçado pelo Instituto Sou da Paz com dificuldades, já que a Paraíba enviou dados parciais. Durante a análise foi notado, por exemplo, uma discrepância entre o total de armas apreendidas no estado e o anteriormente informado ao Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança (1.175 armas). O Instituto disse que solicitou esclarecimentos e mais detalhes, “diante do qual nos foi respondido com a confirmação de que este é o dado oficial de todas as armas apreendidas e com o detalhamento de espécie, calibre e marca”.

Espécie das armas de fogo apreendidas na Paraíba em 2015

Tipo Quant. %
Revólver 1915 49,3%
Espingarda 1509 38,8%
Pistola 309 7,9%
Outras 154 4,0%
Total 3887 100%

 

Tipo das armas apreendidas na Paraíba em 2015

Tipo Quant. %
Industrial 1733 81,06%
Artesanal 404 18,90%
Simulacro/Pressão 1 0,05%
Total 2138 100%

 

Espécie das armas de fogo industriais apreendidas na Paraíba em 2015

Espécie Quant. %
Revólver 1224 70,63%
Espingarda 290 16,73%
Pistola 183 10,56%
Fuzil/rifle 30 1,73%
Submetralhadora 6 0,35%
Total 1733 100%

 

Calibres das armas de fogo industriais apreendidas na Paraíba em 2015

CALIBRE QUANT. %
.38 1039 60,0%
.32 157 9,1%
.12 116 6,7%
.380 77 4,4%
.32 72 4,2%
.40 62 3,6%
.22 53 3,1%

 

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