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Boto-cinza é achado morto; saiba o que fazer em casos como esse

Se constatado crime ambiental, o responsável poderá ser punido conforme a lei

Um boto-cinza foi achado morto na praia de Camboinha II, em Cabedelo, na Grande João Pessoa, na manhã dessa quarta-feira (5). À tarde, o corpo do animal já teria sido retirado por desconhecidos e não foi encontrado por equipes da Fundação Mamíferos Aquáticos, que acompanha esses casos. Algumas fotos e um vídeo com o registro da morte do animal foram compartilhadas por Danylo Medeiros no Facebook.

“Encontrei esse Golfinho ou seja lá o que for morto hoje na praia de Camboinha II em Cabedelo, uma pena!” (sic), lamentou o internauta ao ver o corpo do animal, que é um tipo de golfinho, conforme explicado pela Fundação Mamíferos Aquáticos.

Por meio das imagens de Danylo, a fundação informou que o corpo tinha marcas de rede, um corte horizontal e ausência de alguns órgãos. Danylo disse ao Portal Correio que o corte era muito alinhado e poderia ter sido provocado por pescadores.

“O boto-cinza é um golfinho de hábito costeiro e estuarino, devido a isso costuma ser bastante vulnerável a redes de pescas, onde já foi relatado diversas vezes a captura incidental em diferentes localidades da costa brasileira. É provável que tenha ocorrido o emalhe em redes de pesca e posteriormente a carcaça foi mutilada e lançada de volta ao mar, vindo a encalhar”, explicou João Carlos Gomes Borges, diretor-presidente da Fundação Mamíferos Aquáticos, em Recife (PE).

Orientações

Se algum mamífero marinho for achado morto no Litoral da Paraíba, a fundação orienta que o caso seja comunicado imediatamente por meio dos telefones (83) 9 9961 1338 / (83) 9 9961 1352 / (81) 3304 1443. “Atendemos ocorrências de encalhes e resgate de mamíferos aquáticos vivos ou mortos, por toda a costa paraibana”, afirmou João.

Crime

Se constatado crime ambiental, o responsável poderá ser punido conforme a lei. “É proibido por lei n°7.643 a pesca ou qualquer forma de molestamento intencional, de toda espécie de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras. Com a pena de 2 a 5 anos de reclusão e multa. Esta espécie também encontra-se protegida pela Lei de Crimes ambientais (n° 9.605), Lei de Proteção a Fauna (n° 5.197), entre outros Instrumentos”, esclareceu João Carlos.

Conscientização

Com a colaboração da veterinária Vanessa Rebelo, que atua pela fundação em João Pessoa, João explicou que o boto-cinza é uma espécie comum no litoral brasileiro e bastante frequente na Paraíba, com registros de distribuição desde Honduras, na América Central, até o estado de Santa Catarina.

Ele enfatizou que o maior mecanismo de proteção a essas espécies de mamíferos aquáticos é a participação efetiva da sociedade em prol da conservação dos animais, que além de carismáticos, sofrem seriamente com a interferência humana.

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