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Cigarro aumenta risco de pacientes da Covid-19 terem formas mais graves da doença

Segundo especialista, o consumo do cigarro gera inflamações em todo o corpo, tornando-o mais vulnerável
Tuberculose, Coronavírus, Fumantes
(Foto: USP Imagens)

Além de ser relacionado a mais de 50 doenças como câncer, problemas respiratórios e doenças cardiovasculares, o consumo de cigarro também aumenta o risco de pacientes da Covid-19 terem formas mais graves da doença por diminuir a efetividade do sistema imunológico pulmonar. É o que explica o pneumologista Rodolfo Bacelar de Athayde, que ainda alerta para formas alternativas de consumo do tabaco, vendidas como mais ‘saudáveis’, porém podem ser ainda mais danosas ao organismo que o cigarro tradicional.

Segundo o especialista, o consumo do cigarro gera inflamações em todo o corpo, tornando-o mais vulnerável. “Os vasos sanguíneos, o coração fica inflamado. No pulmão, existe um fenômeno específico dessa inflamação que leva ao desenvolvimento do que popularmente se conhece como bronquite do fumante ou enfisema pulmonar, que é a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Essa inflamação sistêmica, no corpo todo, junto com as substâncias inaladas, são capazes de diminuir a efetividade do sistema imunológico pulmonar. O paciente que tem Covid, tendo essa inflamação sistêmica, a possibilidade de doenças cardíacas relacionadas, doenças coronarianas e a baixa de defesas, ele vai ter uma pior resposta imunológica à doença, vai ser acometido de formas mais graves”, disse.

Também há um risco, ainda que um pouco menor, que os fumantes passivos também apresentem quadros semelhantes.

“Muita gente acha que a doença só vem quando se inala diretamente, mas os que inalam passivamente são 1/3 dos que desenvolvem alguma doença pulmonar relacionada ao tabagismo. A ideia de que não fumar diretamente o cigarro é uma situação não ameaçadora é uma mentira. A gente não tem controle da quantidade de fumaça que se dissipa pelo ambiente, através do contato com essas pessoas”, destaca o médico.

Formas alternativas de fumo são ainda mais perigosas

Se o cigarro comum já representa um risco, imagina um dispositivo que, fumado por em média 30 minutos, tem o mesmo impacto no organismo que 100 cigarros? É o caso do narguilé, uma espécie de cachimbo, que funciona a partir do aquecimento do ar pelo carvão, que passa pelo fumo e é resfriado por um líquido presente no fundo, antes de ser aspirado.

“Esse fumo geralmente é saborizado para que deixe um gosto mais agradável e é um grande problema, porque o sabor a torna os indivíduos mais viciados na nicotina”, disse.

A forma de consumo, geralmente compartilhado com outras pessoas, é um comportamento de alto risco, explica o pneumologista. “O indivíduo passa para o outro a piteira e assim se transmitem várias doenças, entre essas a própria Covid-19, tuberculose e diversas outras patologias”, explica.

IQOS
IQOS: dispositivo aquece porção tabaco a uma temperatura controlada, sem queimá-la (Foto: Pixabay)

Outra forma de consumo alternativa da nicotina é o IQOS (sigla para Quit Original Smoking, “deixei de fumar o cigarro original”, em inglês). O dispositivo aquece uma porção de tabaco prensado, numa temperatura de 250 a 300°C. É diferente do cigarro eletrônico (ou “vape”), outra das formas alternativas de cigarro que vaporiza um líquido contendo nicotina. A importação e comercialização do produto já é legalizada em outros países, mas no Brasil é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Como ele não queima, ele aquece, a indústria do tabaco tenta vendê-lo como algo mais saudável, mas não é. O indivíduo que fuma os produtos do IQOS está sujeito aos mesmos males do cigarro tradicional, com um risco maior. Como existe um aquecimento, ele vai precisar fazer um consumo daquela dose de nicotina de maneira mais rápida, e quanto mais rápida a nicotina é consumida, maior a chance do indivíduo ficar viciado”, diz o pneumologista.

Como se livrar do vício

Na Paraíba, o sistema público de saúde dispõe de serviços gratuitos para quem quer se tratar da dependência de nicotina e outras drogas, através dos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS AD).

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a Paraíba possui atualmente 15 dessas unidades. Apenas uma delas, em João Pessoa é de responsabilidade da SES, as outras são gerenciadas pelos municípios.

Locais com CAPS AD

  • Cabedelo
  • Cajazeiras
  • Campina Grande (2)
  • Guarabira
  • João Pessoa (2)
  • Mamanguape
  • Monteiro
  • Patos
  • Piancó
  • Pombal
  • Princesa Isabel
  • Sapé
  • Sousa

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