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Congelamento de óvulos: entenda como se faz o procedimento

Especialista do Unipê comenta quando é indicada a criopreservação de óvulos e embriões

Não é novidade que o momento certo da nossa vida para se ter crianças mudou bastante o perfil nos últimos anos. Mesmo em rodas de conversa, mulheres e homens, em relacionamento ou não, mostram interesse em adiar a idade para ter filhos. Antigamente, era comum ter por volta dos 20 anos de idade. O congelamento de óvulos, nesse sentido, aparece como um procedimento que pode ajudar nesse processo, e que tem crescido.

Para se ter uma ideia, um relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões, o SisEmbrio, mostra que há 183 centros de reprodução humana assistida no Brasil, a maioria localizada no Sudeste, e que houve aumento de 11,6% no número de embriões congelados no país entre 2018 e 2019.

Qualquer pessoa pode congelar os óvulos?

Segundo a médica ginecologista e obstetra Etiene Galvão, professora do curso de Medicina do Unipê, não há um fator único ou um conjunto de critérios absolutos que determine quem pode fazer a preservação planejada da fertilidade.

Etiene elenca que os principais fatores indicadores para a criopreservação de óvulos e embriões, entre outros:

– Idade da paciente;

– Marcadores de reserva ovariana;

– Objetivos de construção da família;

– Idade prevista no momento provável da gravidez;

– Se fará ou não fará radioterapia e quimioterapia, nos casos de fertilização in vitro (FIV);

– Quando a coleta de espermatozoide for insuficiente.

“A maior probabilidade de nascimento após a criopreservação de oócitos ocorre para mulheres com idade igual ou menor que 35 anos, haja vista que os óvulos enfraquecem e envelhecem a partir dessa idade. Além disso, há maior a chance de o bebê nascer com alguma síndrome ou má-formação”, considera a especialista.

Assim, os profissionais da área aconselham que a criopreservação de óvulos é melhor focada em pessoas que: 1) estejam entre os 30 e 37; 2) jovens que tenham um pool de óvulos diminuídos e com histórico familiar de menopausa prematura e 3) pessoas com síndromes genéticas de câncer de mama, como mutações no gene BRCA.

“Além disso, indivíduos ou casais homoafetivos podem optar por criopreservação de oócitos ou embriões, em idades mais jovens, pois a ART pode fazer parte de seu plano de construção familiar, por exemplo, fertilização in vitro recíproca”, lembra Etiene.

A partir do congelamento dos óvulos, não existe um prazo de validade para se ter filhos: os oócitos podem ser usados em qualquer momento, seja após 6 meses ou em até 10 anos, por exemplo. “O que importa é a idade no momento do congelamento”, afirma a ginecologista e obstetra.

Procedimento e riscos

O procedimento completo para o congelamento de óvulos pode ser dividido em alguns passos:

– Indução da ovulação;

– Monitoramento da ovulação;

– Coleta dos óvulos;

– Preparação para o congelamento.

Já o principal risco da criopreservação de oócitos ou embriões é a síndrome de hiperestimulação ovariana, apesar do uso de protocolos de estimulação ovariana controlada. “Os riscos associados à coleta de ovócitos incluem sangramento, dor e infecção, embora as complicações desse procedimento sejam geralmente baixas. No Brasil, vale lembrar, os planos de saúde não cobrem o congelamento de óvulos nem a FIV”, pontua a professora.

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