Contagem regressiva

Setembro chegou! Embora faltem apenas 34 dias para as eleições, no calendário da ‘campanha resolutiva’ (a iniciada com a propaganda gratuita) ainda restam 72,7% do tempo para que os candidatos possam trabalhar pela confirmação ou alteração das preferências atuais do eleitorado.

Vejamos: de 19 guias para a campanha de governador, os candidatos usaram apenas cinco. Ainda restam 14, isso contando com os que irão ao ar hoje. Ou seja, só gastaram 26,3% de suas chances de conquistar os eleitores. Então, muito ainda pode acontecer.

Considerando-se os primeiros programas, podemos esperar aumento da temperatura, com guias mais ousados e invasivos em relação aos adversários. Nesse início, as campanhas investiram mais no positivo de seus candidatos, do que no negativo dos adversários. Agora, isso deve mudar.

A campanha de Cássio foi a única que partiu para o ataque desde o primeiro guia. Faz isso porque investe na polarização entre ele e Ricardo para tentar evitar um 2º turno. Coloca a disputa como o confronto do ‘bem’ (Cássio) contra o ‘mal’ (Ricardo).

Ricardo Coutinho apostava nas suas obras para conseguir o apoio do eleitorado. Sugeriu comparações de gestões, para se destacar como gestor. Até agora, tem mostrado suas realizações e resultados em áreas estratégicas, mas ao invés de pressionar, está sob constante pressão do PSDB.

Resta a impressão de que contra Cássio, a estratégia do PSB até agora esteve concentrada no TSE, para onde recorreu na esperança de impugná-lo. Contudo, como a favor do tucano já existe o parecer do MPE, e se levarmos em conta o voto do relator, Gilmar Mendes, no julgamento de José Roberto Arruda (candidato no DF), dificilmente será noutra direção, a campanha de Ricardo pode passar para um ‘Plano B’.

A ‘terceira via’, Vital do Rêgo (PMDB) tenta quebrar a polarização, que dificulta que eleitores considerem outras opções se leva ao ‘voto útil’(em quem vai ganhar). Apresenta-se como o candidato que tem Plano de Desenvolvimento para o Estado. Não gasta seus 02min57seg com ataques, mas pode mudar se ganhar os 02min12seg do PT, no TSE.

Os outros três candidatos têm em torno de um minuto, mas dependendo do conteúdo, é suficiente par causar tsunami. Em resumo: ainda há tempo para muitas surpresas.