Coren-PB detecta irregularidades no Hospital Metropolitano de Santa Rita
Redação
03/06/2020 13:52
O Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB) realizou na última sexta-feira (27) uma fiscalização no Hospital Metropolitano em Santa Rita, na Grande João Pessoa, onde foram detectadas irregularidades nas condições de trabalho dos profissionais da saúde.
De acordo com o divulgado pelo Coren-PB, havia déficit de profissionais na unidade hospitalar, além da falta de medicamentos e de insumos, desgaste físico por sobrecarga de trabalho, deficiência na prestação da assistência de enfermagem, entre outras.
Para a presidente do Coren-PB, Renata Ramalho, “a situação é grave e acaba colocando em risco a vida de pacientes e profissionais, sendo necessárias medidas imediatas por parte da Direção”, disse.
Tendo em vista a gravidade dos fatos, o Coren-PB encaminhou o relatório técnico à Secretaria Estadual de Saúde (SES), Direção do Hospital Metropolitano, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público do Estado (MPPB) para que sejam tomadas as medidas cabíveis.
O Coren PB recomendou a direção do HMDJMP as seguintes medidas:
Implementar o Sistema de Classificação de Pacientes, preferencialmente proposto por Fugulin.
Apresentar o cálculo de dimensionamento de pessoal de enfermagem (DPE) do Hospital Solidários com o objetivo de identificar o número adequado de profissionais de enfermagem para assistir os pacientes dentro dos padrões técnicos e éticos da profissão;
Realizar treinamentos constantemente com os profissionais de enfermagem, bem como capacitar as equipes de enfermagem outras áreas do hospital para paciente crítico durante a pandemia para atenuar a necessidade de contingenciamento de pessoal;
Registrar os treinamentos ocorridos para comprovar as ações implementadas;
Resolver os atrasos de realização de exames por falta de maqueiro;
Implementar a consulta de enfermagem com o intuito de identificar e avaliar constantemente o quadro clínico dos pacientes mais graves e priorizar os cuidados de enfermagem essenciais para manutenção da vida do paciente, além dos procedimentos relativos aos curativos, verificação de sinais vitais e administração de medicamentos;
Monitorar mais de perto os pacientes SARS quanto aos sinais de complicações clínicas e tomar as medidas imediatas para reverter os agravamentos por meio de protocolos instituídos;
Instituir protocolos de substituição de drogas e divulgar amplamente no serviço, além de melhorar a comunicação entre a farmácia e os setores consumidores;
Garantir a segurança do paciente, em especial aqueles que estão em posição de prona e os inconscientes;
Instalar apoio dentro do vestuário para os profissionais colocarem a roupa e objetos, enquanto se trocam;
Manter sempre abastecidos os dispensadores de sabão líquido, papel toalha e álcool a 70% dos lavabos de todos os setores do hospital;
Identificar, contabilizar e registrar em documentos próprios da enfermagem os pacientes que aguardam transferência para leitos de UTI;
Realizar ampla testagem dos profissionais de enfermagem para Covid-19, inclusive dos que não apresentem sintomas clínicos, em atenção a decisão judicial da ação civil pública n° 1024526-33.2020.4.01.3400;
Disponibilizar encosto apropriado para possibilitar o posicionamento do paciente em Fowler nas camas da enfermaria do Hospital Solidário;
Avaliar as condições de trabalho referente à jornada de trabalho, intervalos inter e intrajornadas, repouso para propor medidas de melhorias que amenize o desgaste físico e mental dos profissionais de enfermagem;
Garantir a continuidade da assistência de enfermagem, mesmo nos horários determinados de refeição, troca de equipe, banho, repouso dos profissionais de enfermagem.
Instituir um processo de trabalho nas enfermarias do Hospital Solidário para melhorar a qualidade da assistência de enfermagem;
Garantir a privacidade do paciente na Sala de Decisão Clínica;
Investigar se há falta de respiradores e se há intubação endotraqueal para todo paciente que não responde à oxigenioterapia;
Encaminhar ao Coren-PB o plano de ação para solucionar todos os problemas elencados neste relatório, assim como todas as melhorias realizadas conforme as recomendações sugeridas pela fiscalização;
Comunicar o destino do paciente S.T. P, de 70 anos, prontuário nº 22609.
Secretaria Estadual de Saúde
O secretário de Estado da Saúde, Geraldo Medeiros, gravou um vídeo em resposta às denúncias. Ele nega a veracidade das informações e assegura que os paraibanos podem ficar tranquilos quanto à qualidade do serviço prestado no Hospital Metropolitano.
“Queremos tranquilizar a população e principalmente os parentes dos pacientes que estão internados no Hospital Metropolitano. O desabastecimento de medicamentos é um problema no mundo inteiro. Essas medicações elas são substituídas por outras com ações semelhantes. E não procede a denúncia de que pessoas estão entubadas sem serem adequadamente sedadas. Isso não condiz com a verdade. Essa denúncia vazia a uma instituição que é considerada a melhor do Estado não deve ser valorizada pelos paraibanos”, diz Geraldo Medeiros.
Assista ao vídeo na íntegra:
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