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Cristiane Brasil ironiza expulsão do PTB

Ex-deputada é filha de Roberto Jefferson que está preso por determinação do STF
Cristiane Brasil (Foto: Reprodução)

A ex-deputada Cristiane Brasil ironizou nas redes sociais o anúncio do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) de sua expulsão. A legenda anunciou também que vai expulsar o blogueiro Oswaldo Eustáquio e o pastor Fadi Faraj. Cristiane é filha do de Roberto Jefferson que era presidente do partido e segue preso por disseminar pautas antidemocráticas nas redes sociais.

Em um postagem feita no Twitter e reproduzida no Facebook, Cristiane disparou: “Estão querendo me tirar do partido, mas quem me tira é Deus. Se for da vontade D’Ele tudo bem, mas não sendo, quero ver quem vai me tirar e por que.” O post foi retirado do Twitter, permanecendo apenas no perfil da ex-deputada no Facebook.

Cristiane Brasil ganhou as manchetes em 2018 quando a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca no gabinete, no apartamento funcional e no endereço dela no Rio de Janeiro. A operação batizada de “Registro Espúrio” mirava uma suposta organização criminosa de concessões fraudulentas de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. As investigações revelaram um amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares.

No mesmo ano, Cristiane voltou a ser notícia ao aparecer em um vídeo, gravado na praia, se defendendo sobre as ações trabalhistas que ela respondia na Justiça. Cristiane havia sido indicada para o cargo de ministra do Trabalho pelo seu pai então presidente do PTB, Roberto Jefferson, e teve a posse suspensa por já ter sido condenada em processos trabalhistas.

A deputada tinha sido condenada a pagar uma multa de R$ 60.476 em 2017 por não reconhecer o vínculo empregatício de um motorista que trabalhou para ela entre novembro de 2011 e janeiro de 2015. Cristiane afirmou na época ter sido alvo de “machismo” e de “uma verdadeira caçada” ao ser impedida de assumir o Ministério do Trabalho. Para ela, a reação após o seu nome ter sido indicado para o cargo aconteceu “basicamente por ser mulher”.

Ano-Novo em Fernando de Noronha

Além do impasse para assumir o Ministério do Trabalho, Cristiane se envolveu em outra polêmica sobre seu Ano-Novo. A deputada viajou para Fernando de Noronha (PE) e se hospedou em um hotel de trânsito da FAB (Forças Armadas Basileiras), local destinado a “militares, autoridades e personalidades civis, desde que haja disponibilidade de vagas e que seja feita a devida indenização”.

Cristiane utilizou um voo comercial e não oficial para chegar ao destino. Em nota, a FAB diz que “No caso da hospedagem recente da deputada Cristiane Brasil, tudo transcorreu dentro dos trâmites legais previstos, ou seja, havia disponibilidade de vaga, a parlamentar indenizou a sua permanência na casa por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU) e realizou a sua viagem em voos comerciais”.

Roberto Jefferson

O pai de Cristiane, o ex-deputado Roberto Jefferson, foi preso no dia 13 de agosto deste ano pela Polícia Federal por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. Moraes determinou também o cumprimento de busca e apreensão contra Roberto Jefferson que é acusado de participação em uma organização criminosa digital montada para promover ataques à democracia.

Na decisão, Alexandre de Moraes determinou a apreensão de armas e munições em poder de Roberto Jefferson, bem como de computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, além de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos descritos no inquérito.

Alexandre de Moraes argumentou que a prisão preventiva se deu pela garantia da ordem pública, já que há fortes indícios de que o Roberto Jefferson cometeu diversos crimes previstos no Código Penal: artigos 138 (calúnia), 139 (difamação), 140 (injúria), 286 (incitação ao crime), 287 (apologia ao crime ou criminoso), 288 (associação criminosa), 339 (denunciação caluniosa). Moraes cita ainda delitos previstos na Lei de Segurança Nacional e no Código Eleitoral.

O ministro enumerou em sua decisão diversas postagens em redes sociais do réu, nas quais ele diz que o STF está decidido a colocar o PT de Luiz Inácio Lula da Silva de novo na Presidência e que a única saída seria a intervenção das Forças Armadas. Por isso, segundo o ex-parlamentar, os ministros seriam contra o voto impresso.

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