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Detalhes e investigação: quem é a juíza da PB morta no PA e por que marido é suspeito

Corpo foi achado em um carro, pelo marido, um juiz, no estacionamento de um prédio de Belém. Ele levou corpo para delegacia no mesmo carro e disse que ela se matou
Juíza
Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

A Polícia Civil do Pará investiga a morte da juíza Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira, encontrada dentro de um carro no estacionamento de um prédio em Belém, na manhã dessa terça-feira (17).

Veja abaixo os detalhes do caso e o andamento das investigações, a partir de informações apuradas até esta quarta-feira (18).

Como o corpo foi encontrado

Segundo boletim de ocorrência registrado pelo marido dela, o juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior, ele mesmo a encontrou no carro que seria dele, durante a manhã, no estacionamento de um edifício em Belém. Conforme a perícia da Polícia Civil do Pará, o corpo tinha marca de um tiro no peito.

O que houve após o corpo ser encontrado

Foi o próprio juiz que dirigiu o carro e levou o corpo da mulher no veículo até a Divisão de Homicídios, na região central da capital do Pará, e registrou a ocorrência. 

Juiz levou corpo da mulher no carro (Foto: Reprodução/Record TV)

Na delegacia, equipes da perícia da Polícia Civil fizeram a remoção do corpo e deram início aos exames que fazem parte das investigações.

Corpo foi removido pelas equipes de perícia da Polícia Civil do Pará (Foto: Reprodução/Record TV)

O que teria ocorrido antes da morte

No relato aos policiais, o magistrado informou ter tido uma discussão conjugal com a esposa, na noite anterior, por volta das 22h30. Em seguida, Mônica teria saído do apartamento informando que iria viajar.

Pela manhã, às 6h40, ao acordar, João Augusto não teria encontrado a chave do carro e buscou a chave reserva do veículo para poder ir trabalhar. Ao chegar ao estacionamento do prédio, constatou que a porta estava aberta e a esposa, morta, no que ele afirma ter sido um suicídio em um “momento de fraqueza”.

De quem era a arma usada na morte

Segundo apuração da Record TV Belém, a arma usada na morte da juíza seria do marido dela, o juiz João Augusto. Ele teria dito à polícia que guardava a arma no veículo onde a mulher foi encontrada morta.

O que diz a polícia

Foto: Reprodução/Record TV

A Polícia Civil do Pará não dá detalhes do caso. Em nota ao Portal Correio, disse apenas que a morte é investigada pela Divisão de Homicídios e que está “adotando todas as medidas cabíveis para a elucidação do ocorrido”.

Marido da vítima é investigado

João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior, marido de Mônica (Foto: Reprodução/Record TV)

A versão relatada pelo marido da juíza ainda é investigada pela polícia. O companheiro de Mônica, João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior, é juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de Belém, ligada ao Tribunal de Justiça do Pará.

Segundo apuração da Record TV, ele prestou depoimento por pouco mais de quatro horas. Para os agentes, o juiz se negou a fazer alguns exames, que são comuns para a investigação. Um exame que ele não quis fazer comprovaria se haveria pólvora nas mãos.

João Augusto também não explicou por que dirigiu o carro com o corpo para a delegacia. O veículo e a arma foram apreendidos.

Advogado do juiz evitou a imprensa (Foto: Reprodução/Record TV)

O advogado dele não quis gravar entrevista após o registro da ocorrência na delegacia nessa terça-feira (17).

Perito questiona alteração do local do corpo

Perito diz que morte é suspeita (Foto: Reprodução/Record TV)

O perito criminalista Eduardo Llanos disse à Record TV que houve alteração do local onde o corpo foi encontrado. “Manipulou todo o local, levando o corpo e o carro para a polícia. Tem que ser morte suspeita”, afirmou ao Jornal da Record.

Andamento das investigações

A Polícia Civil já enviou o caso à Justiça do Pará. O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) informou que o promotor de Justiça Luiz Márcio Cypriano, da Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Belém (PJCEAP), acompanha o inquérito policial. Ele foi designado pelo procurador-geral de Justiça, Cesar Mattar Jr.

O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) ainda não se manifestou sobre o caso.

Quem é Mônica Maria Andrade

Juíza
Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira tinha 47 anos e era natural de Barra de Santana, no Cariri da Paraíba.

Ela era juíza na cidade de Martins, no Rio Grande do Norte, depois de ter outras experiências na área jurídica após ser aprovada em três concursos públicos. Mônica também foi secretária de Finanças na Prefeitura de Barra de Santana, de 2005 a 2012.

A magistrada era casada com João Augusto, juiz em Belém, há cerca de dois anos, e viajava para a capital paraense com frequência. 

Mônica morava em Campina Grande (PB), onde deixou dois filhos, de 14 e 19 anos.

Órgãos lamentam

O Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) aprovou voto de pesar pelo falecimento de Mônica Maria Andrade, juíza eleitoral de Martins-RN.⁣

A proposição do voto de pesar foi realizada pelo presidente do TRE-RN, desembargador Gilson Barbosa, durante a sessão plenária desta terça-feira (17). ⁣

O corregedor regional eleitoral, desembargador Claudio Santos, também propôs voto de pesar para os familiares da magistrada. ⁣O colegiado do TRE-RN aprovou, à unanimidade, as duas proposições.⁣

A magistrada era natural de Barra de Santana, na Paraíba, e atuava como juíza de Direito e Eleitoral no Rio Grande do Norte.⁣

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte lamenta a morte da juíza Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira, 47 anos, ocorrida no Estado do Pará. ⁣

A magistrada era natural de Barra de Santana, na Paraíba, mas atuava como juíza de Direito e Eleitoral no Estado. A magistrada era titular da 38ª Zona Eleitoral, cuja sede é Martins.⁣

⁣A Justiça do Eleitoral do RN se solidariza com familiares e amigos da magistrada.⁣

A Polícia do Pará investiga as circunstâncias da morte da magistrada”.

A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte também se posicionou. “A OAB-RN lamenta profundamente a irreparável perda e se une em oração com todos, a fim de que encontrem consolo e amparo neste momento de saudade”.

A Associação dos Magistrados do Estado do Pará (AMEPA) lamentou o falecimento da juíza Mônica Maria.

“Ao mesmo tempo em que aguarda o isento e total esclarecimento dos fatos pelas autoridades competentes, a AMEPA apresenta sinceras condolências ao associado e aos familiares e amigos da falecida”.

A Prefeitura de Barra de Santana (PB) emitiu pesar se solidarizando com todos os familiares e amigos.

Velório e sepultamento

Após ter sido liberado pela Polícia Científica do Pará, o corpo será levado para a Paraíba, onde deve chegar na manhã desta quinta-feira (19).

O velório está previsto para ocorrer em um cemitério privado de Campina Grande (PB) e o sepultamento será no mesmo dia, em Barra de Santana (PB), onde estão enterrados os pais da vítima.

O que dizem os familiares

Vereadora Ivonete Ludgério é prima da vítima (Foto: Reprodução/TV Correio)

Mônica era prima da vareadora de Campina Grande, Ivonete Ludgério. Nessa terça (17), ela postou em uma rede social uma mensagem lamentando a morte da juíza e, nesta quarta-feira (18), disse na TV Correio que quer rigor nas investigações porque não acredita na tese de suicídio.

“Sem querer fazer julgamentos, mas não acredito na hipótese de suicídio. Estamos aguardando os resultados dos exames e das investigações para que a gente possa se pronunciar”, disse a vereadora. “Ela era linda, feliz e inteligentíssima”, completou, afirmando que não haveria motivos aparentes que a levassem a se matar.

Ludgério lembrou que o marido da vítima é bastante conhecido no Pará, vem de uma família de magistrados, e que está dando um voto de confiança a ele para que a versão apresentada à polícia seja verdadeira.

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