Nada é mais destrutiva do que a tese do quanto pior melhor. Apostando nela, empancamos todos numa ruindade coletiva, que nos conduz a passos desacertados rumo ao desastre.
Pois no pior nunca se encontrará o melhor. O ruim é ruim. Ponto.
Bom, mesmo, é desejar e efetivamente agir para que o melhor aconteça.
Sempre digo e agora repito: se é para torcer, que seja pela boa ventura.
E nunca precisamos tanto dessa torcida do bem.
O momento brasileiro exige de todos nós, indistintamente, atitudes patriotas e proativas – das mais complexas às mais singelas.
Tudo conta. E tudo soma.
Movido por esta visão que participei, de forma indireta, da apresentação de documento elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apresentado recentemente ao Brasil.
Intitulado Agenda para o País sair da Crise (2016-2018), traz radiografia completa (e complexa) do instante econômico brasileiro.
Um momento que afeta, negativa e corrosivamente, a vida de todos os brasileiros.
E provoca, particularmente na indústria, estrago histórico – materializado por quedas intensas e generalizadas em todos os seus setores.
A contribuição da CNI não apenas analisa a patologia financeira do País, oferece – também – prognóstico e tratamentos para essa enfermidade que nos contamina e, nos últimos anos, assumiu sintomatologia crônica.
O documento está setorizado em sete eixos temáticos, que abordam nossos maiores gargalos.
Está lá, por exemplo, a ineficiência do Estado brasileiro – uma característica histórica, sempre presente nas engrenagens da máquina estatal, que precisa ser efetivamente encarada e corrigida.
Também está lá a ferida exposta da Previdência Social, agravada pelo nosso perfil demográfico, que envelhece e desequilibra o fluxo entre aposentadorias e ingressos no mercado de trabalho.
Se não for reordenada, essa curva de tendência nos levará, em 30 anos, a impactar em até 20% toda a riqueza produzida no País.
O documento é extenso. A boa vontade também.
E, para além de debruçar sobre nossos graves problemas e apontar para rumos factíveis, a CNI acerta em um quesito essencial: a disposição de contribuir.
Com sua agenda propositiva, a Confederação Nacional da Industria mostra, de forma pedagógica, a lição há tanto tempo ventilada e sempre preterida:
Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. E sim o que você pode fazer pelo seu país.