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DNA

Minha iniciação na Paraíba se deu pelas mãos do ex-governador João Agripino Filho.

Era início de 1969 e, assim como eu, muitos outros empreendedores se instalavam no Estado, atraídos pela extraordinária visão de futuro do gestor paraibano.

Aos que chegavam, João Agripino Filho confidenciava: o incentivo ao empreendedorismo asfaltaria o desenvolvimento paraibano. E ajudaria a quebrar a dependência (histórica e sufocante) das migalhas federais.

Na minha chegada, fui recepcionado por seu filho, também João Agripino, que dirigia o Centro de Promoção Industrial da Paraíba – Cenpar.

Grifo aqui que não havia, nessa relação, nenhum traço de nepotismo. Primeiro porque o Cenpar era uma entidade privada. Segundo porque o jovem João Agripino (erroneamente chamado de Neto) era nada menos que talentoso e brilhante no comando da entidade, de onde viabilizava a instalação de inúmeras novas empresas na Paraíba.

Junto com o criativo Cláudio de Paiva Leite, formava dupla imbatível na execução das ideias do governador João Agripino Filho de redimensionar o tamanho da pequenina Paraíba com a contribuição da iniciativa privada.

Pai e filhos – incluindo aí o saudoso Gervásio Maia – trabalharam, decisivamente, na construção de uma Paraíba mais altiva. E legaram ao Estado herança de talento e visão de futuro.

Uma herança, aliás, que se reproduziu na descendência dessa forte árvore genealógica – de onde se destacam ainda o filho de Gervásio Maia, o deputado Gervásio Filho, prestes a comandar um dos cargos mais estratégicos do Estado: a Presidência da Assembleia Legislativa.

Por que me debrucei, galho a galho, nessa genealogia?

Porque acredito, firmemente, na força genética. DNA é – e a ciência subscreve isso – incontestável.

E conhecendo como conheço a força, a sagacidade e o talento desses genes que frutificaram os Agripino Maia, não posso nem por um instante supor que um de seus frutos acabe abraçando a mediocridade contida nessa operação de mudança da sede do parlamento estadual.

Seria um caso flagrante de degeneração genética. O que – repito – não acredito que corremos o risco de testemunhar.

Um descendente de um visionário jamais comungaria com a pobreza das ideias e os fracos argumentos que tentaram justificar, até aqui, a asneira de tentar arrancar a Casa de Epitácio Pessoa da Praça dos Três Poderes.

Uma tolice perdulária – que consumiria milhões do erário – condenada por uma centena de especialistas e entidades (aos quais me acosto integralmente).

Nem vou descer ao mérito desse imbróglio. Até porque ele é flagrantemente insustentável – mesmo espreitado a média distância.

Está, portanto, nas mãos de um neto de João Agripino engavetar o erro e restaurar o bom senso.

A Paraíba não espera nada menos de uma descendência tão privilegiada pela sabedoria e talento.

De onde aguardo o desenrolar do desfecho dessa história, me posto – dedos firmemente cruzados – que o DNA mais uma vez prevaleça. Ou, como costumamos atestar, em bom paraibanês: “Os que puxam aos seus jamais degeneram”.

PS: Se o assunto morreu, não deixo de dar meu tiro.

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