O conteúdo dos depoimentos de ex-diretores da Odebrecht ao TSE, na ação que apura abuso de poder político e econômico na campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer, em 2014, fortaleceu nos políticos a convicção de que o ministro relator, o paraibano Herman Benjamin deve votar pela cassação da chapa, e que o mandato de Temer dependerá da aceitação da tese de separação de contas e responsabilidades.
Até onde se sabe, os delatores da Odebrecht não envolveram Temer, mas a possibilidade do TSE considerar ambos culpados precipitou o debate sobre como será o dia seguinte. A Lei 13.165, de 2015, prevê eleições diretas, mas a Constituição no art. 81, §1º, determina eleições indiretas a partir da segunda metade do mandato.
Teríamos uma eleição indireta após 32 anos da última, que foi a que elegeu Tancredo Neves? Os fatos que os ministros vão analisar podem realmente levar a esse caminho?
Marcelo Odebrecht disse que R$ 50 milhões dos R$ 150 milhões que destinou para a campanha de Dilma Rousseff foram contrapartida pela aprovação de uma lei em 2009 – a MP 470. Disse que Dilma tinha conhecimento dos acertos e que após a queda de Palocci, indicou Guido Mantega como seu interlocutor.
Alexandrino Alencar disse que a pedido do ex-ministro Edinho Silva, Odebrecht comprou apoio de partidos políticos, e garantiu tempo de televisão para a chapa Dilma-Temer. Pros, PCdoB e PRB teriam custado R$ 7 milhões cada um. Disse que PDT e PP também venderam o horário eleitoral.
Hilberto Mascarenhas, responsável pelo setor de Operações Estruturadas, o das propinas, contou como eram feitos os pagamentos a políticos: no exterior, em offshore, no Brasil, em espécie. A quantia máxima das parcelas era definida por quanto cabia numa mochila: R$ 500 mil. Que fez pagamentos em todo tipo de local, de hotéis a “cabaré”.
Outro ex-diretor, Benedito Júnior, responsável pelos contatos entre a empresa e políticos, revelou que a Odebrecht também usava empresas que ele denominou de “barriga de aluguel”, para fazer doações.
Por enquanto, só a certeza de que as delações da Odebrecht tornaram impossível ignorar o que ocorreu em 2014.
TORPEDO
Seria uma honra contar com a competência e articulação política de Marcos Vinícius. O partido tem muito a ganhar com sua presença e, se os planos caminharem bem, ele pode assumir a presidência do PP.
Do vereador e presidente municipal, Durval Ferreira, confirmando convite para o Presidente da Câmara trocar o PSDB pelo seu PP.
Unir e resolver
O tucano Marcos Vinicius está empenhado em fazer um mandato diferenciado na Câmara de João Pessoa. Já anunciou revisão de leis, de práticas na casa e agora quer unir a região metropolitana para debater mobilidade.
Visão
A região metropolitana é formada pela Capital e mais 11 municípios, que juntos somam 1.268.360 habitantes (31,7% do total do Estado). Marcos quer reunir vereadores para planejarem um futuro com qualidade de vida.
Problemas
Marcos diz que problemas como engarrafamentos são comuns e que as soluções também podem ser conseguidas em conjunto. Marcou para maio um seminário para pensar mobilidade urbana para os próximos 20 anos.
Defesa
A vereadora Raíssa Lacerda (PSD) garante que não está cobrando nomeações à Prefeitura de João Pessoa em troca de apoio. Diz que está sendo apenas a voz dos que trabalharam e que precisam de seus salários.
ZIGUE-ZAGUE
+ O presidente do TJPB, Joás de Brito Pereira reuniu o diretor, Carlos Samento, e magistrados do Fórum Cível da Capital, ontem. Conversaram sobre gestão compartilhada.
+ Um escritor adotou o pseudônimo “Eduardo Cunha” e iria lançar, segunda-feira, o livro “Diário da Cadeia”. O verdadeiro Eduardo Cunha barrou iniciativa, na Justiça.