Uma espera que coloca medo e ansiedade nos pacientes com câncer na Paraíba. De acordo com o Conselho Regional de Medicina (CRM), a fila de espera para a realização de radioterapia no Hospital Napoleão Laureano – referência no estado – já ultrapassa o total de 500 pessoas. O motivo: uma das três máquinas de radioterapia está quebrada desde o dia 6 de fevereiro.
A fiscalização do CRM no hospital aconteceu no dia 1º de abril e lá foi constatada também a falta de medicamentos orais e instravenosos para quimioterapia, antibióticos, além de insumos como luvas e soro fisiológico.
Ao menos 17 medicamentos orais quimioterápicos, além de seis tipos de antibióticos estavam faltando na unidade. Mais de 70 pacientes com câncer de próstata estavam à espera de um desses remédios. Também faltavam cateteres das bombas de infusão usadas na quimioterapia, o que prejudica o tratamento dos pacientes.
O CRM constatou, ainda, que durante a fiscalização médicos que são prestadores de serviço estavam com salários atrasados há dois meses. Por conta desses problemas, o Conselho formalizou uma denúncia no Ministério Público Federal para que sejam tomadas providências e o Laureano não vá à falência.
Em nota, a assessoria de comunicação do Laureano negou que a unidade tenha equipamentos quebrados, confirmou a falta de medicamentos e reforçou a necessidade de doações. Veja abaixo a nota na íntegra.
“Após tomar conhecimento pela imprensa de relatório feito pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba em hospitais paraibanos, a direção do Hospital Napoleão Laureano informa que esta unidade hospitalar não tem equipamentos quebrados, conforme divulgado à imprensa.
Meses atrás, após uma um raio atingir uma subestação da Energisa, de fato, alguns equipamentos foram danificados, porém todos já se encontram em pleno funcionamento.
Com relação aos estoques de medicamentos, o hospital tem enfrentado dura batalha para mantê-los e ressalta o caráter filantrópico do Hospital Napoleão Laureano que atende a 74% dos pacientes oncológicos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) da Paraíba e que atualmente depende da doação de todos os paraibanos. Frise-se que a clientela do Hospital é de 92% de pacientes do SUS, cujas tabelas de procedimentos não são ajustadas e o teto financeiro disponibilizado não tem sofrido aumento.
A direção do Hospital Napoleão Laureano renova o apelo às autoridades e à população em geral no sentido de que convênios sejam celebrados para que nenhum tratamento tenha descontinuidade por falta de remédios.
Bem como aos paraibanos que têm condições e ainda não são doadores da Instituição para que estes possam vir a colaborar através da sua conta de energia, mediante autorização à concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica e também pelo Telemarketing ou qualquer outro tipo de doação”.