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Funeral de João Pessoa é tema do livro ‘A Farra do Meu Cadáver’

Obra será lançada na manhã de sábado (15), na Livraria do Luiz, Centro da Capital. Apresentação será feita pelo poeta Hildeberto Barbosa Filho
Tarcísio Pereira (Foto: Divulgação)

Um dos maiores funerais ocorridos no Brasil, de personalidades da vida pública, ocorreu em 1930 com a morte de um paraibano. Trata-se do então governante do Estado da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, cujo corpo permaneceu insepulto durante 14 dias, sendo transportado de trem e navio por várias capitais brasileiras, até chegar ao Rio de Janeiro para finalmente ser sepultado.

Esse é o tema do livro ‘A Farra do Meu Cadáver’, de autoria do escritor e teatrólogo Tarcísio Pereira, que será lançado na manhã de sábado (15), na Livraria do Luiz, Centro da Capital, a partir das 10h. A apresentação da obra será feita pelo poeta e crítico literário Hildeberto Barbosa Filho.

Tarcísio Pereira explica que escreveu um romance de ficção tendo por base os acontecimentos reais de um funeral que paralisou o Brasil, comoveu a população e resultou no movimento político que ficou conhecido como Revolução de 30.

“João Pessoa tinha sido candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas. Mas como Getúlio não foi eleito, os adeptos da Aliança Liberal, que era o partido dele e de João Pessoa, não engoliram a derrota e tentaram encontrar um motivo para impedir a posse do presidente eleito Júlio Prestes. Esse motivo chegou quatro meses depois das eleições, com o assassinato de João Pessoa”, disse o autor.

Com essa declaração, o escritor justifica o título que deu ao seu novo livro: A Farra do Meu Cadáver. “O que fizeram com o cadáver de João Pessoa foi uma verdadeira farra política”, disse, acrescentando: “O assassinato de João Pessoa, pelo advogado em jornalista João Dantas, não teve nenhuma relação com as eleições presidenciais do Brasil. Ele foi morto por questões políticas locais da Paraíba e até por razões pessoais do assassino, mas os getulistas tentaram associar o crime às eleições gerais como forma de comover a nação e levar o povo a um levante revolucionário, o que acabou acontecendo.”

No romance ‘A Farra do Meu Cadáver’, o narrador é o próprio João Pessoa morto, que descreve todos os detalhes do seu funeral em cada lugar por onde passou. “É o morto dentro do caixão que vai descrevendo as cerimônias e também as conversas de pé de ouvido ao lado do seu féretro, numa narrativa que evolui para os preparativos do levante revolucionário que se aproxima”.

Ao longo das suas 216 páginas, o livro detalha vários episódios que ocorreram durante 14 dias, desde as últimas horas de vida do protagonista, andando pelas ruas do Recife, passando pelo momento do crime e a chegada do corpo no Rio de Janeiro, diante de uma multidão com cerca de 100 mil pessoas. O autor explica que, apesar de ser um romance, teve o cuidado de realizar uma intensa pesquisa para compor um romance verdadeiramente histórico, e que pode ser lido como História.

‘A Farra do Meu Cadáver’ tem o selo da Editora Penalux, de São Paulo.

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