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Macas: um trauma

Integro a corrente minoritária que defendeu a gestão pactuada adotada pelo governo no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, de João Pessoa, palco de inúmeras reclamações em governos anteriores. Por uma razão: para quem precisa, pouco importa a discussão legalista se a opção é privatização ou terceirização, como alguns entendem. O que vale é o serviço funcionar bem.

Apesar das vozes contrárias, continuo na ala dos que observam avanços no atendimento ofertado por aquela unidade de saúde e não me apego ao fato do custo do Hospital ter saltado de cerca de R$ 4 milhões para quase R$ 10 milhões mensais. Se pra funcionar melhor existe um ônus, que se pague então por ele.

Só não dão pra admitir e nem compreender como é possível avançar em aspectos tão complexas e, paradoxalmente, faltar competência para solucionar uma questão aparentemente simples, mas com potencial de graves riscos para a vida daqueles que tenham a infelicidade de precisar e não contar com socorro em tempo hábil.

Falo do batido problema da retenção de macas de ambulâncias do Samu que transportam pacientes graves permanentemente para o Trauma. Por falta de estrutura ou organização, o Hospital demora na liberação e impede, por tabela, que as ambulâncias, igualmente retidas, voltem aos seus postos para continuar atendendo emergências.

A Promotoria da Saúde alerta para o perigo da falta de socorro adequado. A morte do jovem Jean Carlos Lopes, de 25 anos, pode ser o primeiro exemplo a ilustrar com luto essa gravidade. Baleado, ele esperou uma hora pelo Samu, cujos socorristas estavam presos no Trauma aguardando macas para atender a novo chamado. Jean só não morreu no local porque uma viatura policial fez a remoção, mas não a tempo suficiente. Ironicamente, o Hospital que poderia salvá-lo foi quem subtraiu suas chances.

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