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Manchas de óleo abalaram equilíbrio das praias do NE

O Brasil viveu momentos de tensão no que se diz respeito ao meio ambiente em 2019. Queimadas e óleo nas praias foram destaques no noticiário nacional, enquanto a elefanta Lady virou foco na Paraíba. Relembre a seguir os fatos que tiveram mais destaque.

  • Queimadas na Amazônia

O aumento do número de queimadas na Amazônia foi motivo de discussões nacionais e internacionais. Em agosto, foram registrados, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) um crescimento de 82% em relação ao ano de 2018; esse ano foram encontrados mais de 30 mil focos de incêndios na Amazônia.

Amazônia

Número de queimadas aumentou na Amazônia (Foto: Divulgação/Ibama)

Uma pesquisa feita Universidade de São Paulo (USP) relatou que o bioma da região é um dos maiores estoques de carbono em ambientes terrestre do mundo. E quando ocorre desmatamento, a floresta passa a emitir gases do efeito estufa e podem alterar o clima e causar secas extremas, tempestades e enchente severas.

Ainda em agosto, o presidente Jair Bolsonaro suspendeu a prática de queimadas na região por 60 dias. O Brasil também recebeu ofertas de ajuda internacional, como o Chile que ofereceu equipes especializadas e três aviões com capacidade de armazenar 3 mil litros de água e os Estados Unidos e duas aeronaves para combate à incêndio. Com isso, a Operação Verde Brasil pode registrar a diminuição de casos de incêndios na Amazônia.

  • Manchas de óleo no litoral brasileiro

Óleo no Litoral Brasileiro

Manchas de óleo têm formatos de gotículas e seriam provenientes da Venezuela (Foto: Divulgação/ Semam)

Praias impróprias para banho. O primeiro registro de uma mancha escura foi no dia 30 de agosto, nas praias de Jacumã e Tambaba, no município de Conde, na Paraíba. Já em setembro, mais registros como esse em outras praias do Nordeste brasileiro. Dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registraram que mais de 130 locais foram afetados, em nove estados do Nordeste.

Um estudo feito pela Petrobras para descobrir a origem do óleo, constatou que o material se tratava de “petróleo cru” e que não foi produzido no Brasil, mas na Venezuela. Uma série de ações foram tomadas para evitar contaminação e investigar a origem do desastre. Ações do Ibama junto a Marinha, a Polícia Federal, a Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis, Petrobras e os outros órgãos públicos. Com mais de três meses, ainda é desconhecida a origem do óleo.

Na Paraíba, as praias do Bessa, Seixas, Barra de Gramame, Jacumã, Coqueirinho, Tambaba e Praia Bela foram afetadas pelo petróleo.

  • Transposição do São Francisco ainda é pauta

Após dois anos da inauguração, a Transposição do Rio São Francisco ainda passa por problemas no bombeamento de água para cidades da Paraíba, nos eixos norte e leste. Em fevereiro, o bombeamento de águas da transposição do eixo leste para o Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão , foi suspenso duas vezes.

Em março, o Ministério Público Federal (MPF) do município de Monteiro buscou solucionar o problema de 61 famílias deslocadas de suas áreas de cultivo que não conseguiam produzir em razão da falta d’água. A solução foi usar água da Cagepa apenas para consumo humano.

Uma visita da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) às obras da transposição identificou os problemas que impendiam a chegada da água ao Sertão paraibano. Depois, a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) divulgou que o eixo norte só receberá água do Velho Chico em 2021.

Em julho, o MPF constatou falhas na obra entre as cidades de Monteiro (PB) e Sertânia (PE), por causa de trabalhos mal feitos. Dentre os problemas encontrados, destacam-se falhas nos revestimentos de concreto dos canais, rachaduras, assoreamento e danos em canais de drenagem.

Em agosto, um vídeo circulou de suposto vazamento de esgoto para um canal pluvial que corta a cidade de Monteiro. Junto aos resíduos do esgotamento, é possível ver escorrendo grande quantidade de sangue proveniente de um matadouro, material que seguiu o fluxo do canal em direção à calha da Transposição do Rio São Francisco. O problema foi confirmado por autoridades locais, que ressaltaram que a situação foi contornada.

Em novembro deste ano, depois de vários problemas, a água voltou a ser bombeada pelo eixo leste e alcançou a Paraíba, seguindo para o Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão.

  • Elefanta Lady

Lady

Lady no Santuário de Elefantes, em Mato Grosso (Foto: Divulgação/Secom-JP)

A elefanta Lady, de 47 anos, que vivia no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa, estava sob maus-tratos e corria risco de morte, de acordo com relatório, elaborado por médicos veterinários enviados pelo Ministério Público Federal (MPF) e Procuradoria da República para apuração de denúncias .

A avaliação da situação da elefanta aconteceu em maio deste ano. O laudo afirmava que a Bica não possuía condições para abrigar o animal. Os exames feitos em Lady identificaram lesões físicas, como pododermatite (lesão infecciosa que causa dor, crescimento excessivo das unhas, odor fétido e exsudação ao redor das unhas); inflamação e dor em membros; restrição de movimentos das articulações; relutância em se movimentar; e marcha atípica. Outro apontamento feito pelos médicos é que Lady passava por abuso psicológico quando na presença de seu antigo tratador.

A Prefeitura de João Pessoa negou os maus tratos ao animal. Porém, depois dessa perícia, anunciou a transferência de Lady para outro local. Em novembro, Lady foi transferida para o Santuário de Elefantes do Brasil, no Mato Grosso, onde recebe tratamento para a doença nas patas e está na companhia de outros elefantes que vivem no local.

No sábado (28), o Santuário dos Elefantes informou que a ‘coleguinha’ da elefanta Lady, Ramba, morreu após enfrentar problemas renais.

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