A ressaca do mar – provocada por maré alta (2,7m) associada a eventos meteorológicos, como ventos fortes – danificou várias barracas nas praias do município do Conde, no Litoral Sul da Paraíba, nessa terça-feira (9). Só em Jacumã, 20 quiosques instalados na areia foram afetados. Na Praia do Maceió, a geladeira de uma comerciante foi levada pela força das ondas; árvores foram arrancadas. Segundo a Capitania dos Portos, a maré volta a atingir 2,7 metros na madrugada de hoje, às 4h58. A Prefeitura informou que os comerciantes não serão relocados. Eles ocupam irregularmente a área da Marinha. O Comitê do Projeto Orla diz que eles têm que deixar o local. O assunto será discutido na próxima semana.
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Solange Fernandes, que dormia com o marido no momento em que as ondas atingiram seu ponto comercial, na Praia do Maceió, não acredita no que aconteceu. “Estou em estado de choque. Ainda não consegui chorar”. Com a ajuda de amigos, ela tentava, na manhã de ontem, recuperar objetos que foram levados pelas ondas. Além de uma geladeira, a comerciante perdeu roupas, todas as bebidas e utensílios. Para Pedro Assis da Nóbrega, proprietário de um quiosque na praia de Jacumã, o dia foi para contabilizar as perdas. “Minha barraca teve a frente destruída. Aliás, das barracas que funcionam aqui, só uma ficou inteira. Tenho um prejuízo de R$ 20 mil para recuperar”, disse.
A intenção de reconstruir as barracas na areia, porém, não poderá ser colocada em prática. A superintendente do Patrimônio da União, Daniela Bandeira, informou que todos os comerciantes terão que sair do local. “O que ficou previsto é um reordenamento. Isso significa que foi discutido junto ao comitê que existe o entendimento local de que alguns equipamentos são necessários, mas de forma legal. O projeto que está sendo elaborado pelo município deve trazer uma proposta com destino para estes equipamentos”, declarou.
Uma reunião deverá ser marcada para a próxima semana com o objetivo de definir a situação das pessoas que ocupam área de Marinha. “Elas são consideradas invasoras. O comércio delas é ilegal e não temos a responsabilidade de relocá-las. Estes comerciantes terão que procurar um ponto próximo para tornarem-se legais. O Ministério Público já estava nos forçando para que houvesse a remoção. Havendo essa ação da natureza, a remoção será antecipada. Vamos nos reunir com a equipe do Projeto Orla para determinarmos que possivelmente estas pessoas nem retornem mais, que procurem se regularizar, ter um ponto em outro local”, avisou Alexandre Cunha, secretário de Meio Ambiente e Turismo do Conde, e gestor do Projeto Orla.