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Marcelo Odebrecht decide fazer acordo de delação premiada

O executivo Marcelo Odebrecht decidiu fechar acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. A empresa afirmou, em nota, que buscará colaborar com a Justiça.

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Marcelo Odebrecht foi condenado recentemente pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos e 4 meses de cadeia. O acordo também envolve outros executivos da Odebrecht.

Em entrevista para detalhar a 26ª fase da Operação, chamada de Xepa, nesta terça-feira (22), a força-tarefa da Lava Jato classificou a maneira como a empreiteira Odebrecht pagava propinas dentro do Brasil como “ousada”, “assustadora” e admitiu ter encontrado uma “novidade” no sistema.

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima explicou que “essa investigação se refere à descoberta de um setor próprio, setor de operações estruturadas, que cuidava do pagamento de propinas em dinheiro no Brasil”.

— Essa é uma novidade porque já tínhamos visto pagamentos no exterior pela empresa Odebrecht. Dentro dessa empresa, existe um sistema informático de controle dos pagamentos, com distribuição de alçadas dentro da empresa. Temos diversas diretorias envolvidas, não somente a Petrobras, mas também de infraestrutura, estádio de futebol, canal do sertão, enfim, diversas áreas da Odebrecht.

A também procuradora da República Laura Gonçalves Tessler afirmou que “existia de fato uma estrutura profissional de pagamento de propina dentro da Odebrecht, que não se tratava de pagamentos esporádicos, mas sistemático de propinas”.

Confira nota emitida pela empresa:

“As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato.

A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União.

Esperamos que os esclarecimentos da colaboração contribuam significativamente com a Justiça brasileira e com a construção de um Brasil melhor.

Na mesma direção, seguimos aperfeiçoando nosso sistema de conformidade e nosso modelo de governança; estamos em processo avançado de adesão ao Pacto Global, da ONU, que visa mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores reconhecidos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção; estabelecemos metas de conformidade para que nossos negócios se enquadrarem como Empresa Pró-Ética (da CGU), iniciativa que incentiva as empresas a implantarem medidas de prevenção e combate à corrupção e outros tipos de fraudes. Vamos, também, adotar novas práticas de relacionamento com a esfera pública.

Apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os fatos apurados na Operação Lava Jato – que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país – seguimos acreditando no Brasil.

Ao contribuir com o aprimoramento do contexto institucional, a Odebrecht olha para si e procura evoluir, mirando o futuro. Entendemos nossa responsabilidade social e econômica, e iremos cumprir nossos contratos e manter seus investimentos. Assim, poderemos preservar os empregos diretos e indiretos que geramos e prosseguir no papel de agente econômico relevante, de forma responsável e sustentável.

Em respeito aos nossos mais de 130 mil integrantes, alguns deles tantas vezes injustamente retratados, às suas famílias, aos nossos clientes, às comunidades em que atuamos, aos nossos parceiros e à sociedade em geral, manifestamos nosso compromisso com o país. São 72 anos de história e sabemos que temos que avançar por meio de ações práticas, do diálogo e da transparência.

Nosso compromisso é o de evoluir com o Brasil e para o Brasil.”

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