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O voto das crises

Os brasileiros, do Norte ao Sul, já não se enquadram na definição de “analfabeto político”, que segundo o genial Bertolt Brecht, é o que “não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos” e que é “tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política”.

E Brecht prossegue: “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.

A Lava Jato mostrou como a política foi usada para crimes, e conscientizou para o custo da corrupção. Não se trata mais do “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas, mas de processo de dilapidação da coisa publica, em detrimento dos direitos de toda uma Nação.

Esse é apenas um dos fatores que tornam único o cenário das eleições 2016, e por isso, imprevisível. O candidato charmoso, bom orador, que promete a lua sem constrangimento, com amigos ricos e dispostos a financiarem campanhas, já não oferece garantia de sucesso.

As pesquisas mostram que o eleitor busca honestidade e eficiência, pois está bem consciente de que a conta dos erros que cometer – a crise econômica não deixa ninguém esquecer – será paga pelo seu bolso.

A magnitude da recessão dificulta prognósticos. Quanto o arrocho salarial e cortes orçamentários que prejudicam obras vão impactar as candidaturas governistas? E as regras que impedem doações de empresas? Ajudam a nivelar ou vão favorecer Caixa 2?

O eleitor culpará só o PT ou todos os seus parceiros pela corrupção? Quem saiu por temer os efeitos do escândalo, como o prefeito Luciano Cartaxo, estará fora de sua mira? E quem apoia o governo?

Não devemos esquecer a ampliação do acesso à informação, que permite comparar o que é bom pelo padrão brasileiro e pelo padrão internacional. Adicione a influência de movimentos como “Vem Pra Rua” e “Brasil Livre”, que estão fazendo o que os partidos relegaram pelo rateio de poder: lutar pelo que é certo, simplesmente porque é o certo.

Que esses fatores vão repercutir nas candidaturas de Luciano Cartaxo, Manoel Jr., João Azevedo, Ruy Carneiro ou quem mais entrar, é certo, assim como é certo que a decisão de voto do eleitor mudou.

TORPEDO

“Achamos que trará mais arrocho para o trabalhador e agravará ainda mais a situação, com redução do poder de compra, aumento do custo de vida e desemprego.”

Do deputado Benjamin Maranhão (SD), antecipando voto contra a CPMF ou qualquer proposta que eleve carga tributária.

Sopa de letras

Nada menos que 35 partidos estão habilitados a disputar cargos nas eleições deste ano. São tantos, que é difícil lembrar o significado das siglas mais novas, ou princípios e propostas que justificaram sua criação.

Alfabeto

Para refrescar memórias, a sopa de letras que veremos no horário eleitoral, pela ordem de criação: PMDB, PTB, PDT, PT, DEM, PCdoB, PSB, PSDB, PTC, PSC, PMN, PRP, PPS, PV, PTdoB, PP, PSTU e PCB.

Criatividade

Na sequência: PRTB, PHS, PSDC, PCO, PTN, PSL, PRB, PSOL, PR, PSD, PPL, PEN, PROS, SD. Os últimos registrados pelo TSE, em setembro de 2015, são o “Novo”, o “Rede” de Marina Silva, e o PMB.

A conta

Uma das explicações para tamanha diversidade é que os partidos também são bancados pelo contribuinte. O orçamento da União destina R$ 819 milhões para o Fundo que eles rateiam. Já pensou esse valor na Saúde?

ZIGUE-ZAGUE

O ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) esteve na Paraíba em missão oficial – a mobilização nacional contra o Aedes Aegypti – ao lado de Ricardo Coutinho.

Antes, fez questão de visitar o senador José Maranhão (PMDB), em sua casa no Altiplano. Política não poderia faltar na conversa. Nem o ardiloso e perigoso mosquisto.

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