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Pirataria e concorr?ncia desleal decretam fal?ncia na produ??o de redes e mantas da Para?ba

A falta de incentivos fiscais e a importação ilegal de produtos chineses já provocaram o fechamento de 80% de empresas que fabricam mantas e redes, na cidade de São Bento, no Sertão paraibano, a 375 km de João Pessoa. A cidade, que já foi conhecida como ‘Capital Mundial das Redes’ está vendo negócios sendo fechados e os empresários não encontram saída para concorrer com produtos piratas, de baixa qualidade, mas com preços bem menores.  

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A qualidade dos produtos têxteis produzidos no polo industrial da cidade proporcionou empresários a alavancar o negócio e exportar redes para todo o Brasil, além de países da Europa, África, Ásia e América do Sul. Nos últimos anos, várias dessas fábricas já encerraram às atividades alegando dificuldades financeiras para continuar operando. A cidade já registra desemprego acima da média histórica e um novo produto começou a aparecer no mercado local: mantas chinesas, conhecidas como ‘pele de pato’.

Uma das comerciantes prejudicadas foi Nilvaneide Fonseca, que há 20 anos fabrica redes e mantas. Ela disse que o principal fator que levou ao término das atividades de muitas fábricas foi à falta de incentivos fiscais que barateassem o custo de operação. A alta dos impostos e a concorrência com produtos importados da China, a baixo custo, também proporcionaram a queda na fabricação.

“Eu já cheguei a ter 20 funcionários, agora eu só tenho cinco. A minha fábrica tinha 12 teares (máquinas) hoje só tenho três funcionando de forma precária e nem até quando. Não temos incentivos e com a chegada de mantas chinesas ( que não tem qualidade, mas custa mais barato), fica difícil concorrer. Há alguns anos, todas as casas tinham um tear. Vai terminar os fabricantes comprarem o material importado, mas a qualidade não será a mesma da nossa que era confeccionada aqui”, lamentou Neide. Uma manta chinesa custa R$ 21 e muitas chegam na cidade pelo comércio ilegal. Já as originais, custam entre R$ 18 a R$ 60.

A ‘Feira da Pedra’, que acontece todas às segundas-feiras desde a década de 80, é um dos locais de encontro de comerciantes que expõem seus produtos no chão, que são fabricados em São Bento. Há mais de um ano, o horário da feira foi reduzido e já não se encontra produtos locais com tanta abundância. “Antes, a feira funcionava das 4h da madrugada às 16h. Hoje, começa às 6h e termina às 10h e tem muitos materiais chineses como toalhas, mantas, bolsas, cintos, calçadas e muito mais”, fala um comerciante local, que não quis se identificar.

Segundo o último censo do IBGE, São Bento tem 33.065 moradores. É o 13º município mais populoso do estado. Catolé do Rocha e Pombal, que ficam na mesorregião, têm 29.990 e 32.684 habitantes, respectivamente.

São Bento já chegou a produzir 12 milhões de redes por ano e se orgulhava de ser uma cidade onde não havia desemprego. De acordo com o PNUD 2000, o IDH é São Bento é de 0,638 e o município tem uma renda per capita de quase R$ 4,6 mil.

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