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Puberdade precoce: entenda o que é e como tratar

Médico pediatra professor do Unipê explica a necessidade de dar apoio emocional às crianças

Muitas famílias ao redor do planeta podem perceber um desenvolvimento sexual acelerado em suas crianças antes do considerado padrão. Normalmente, no caso de crianças do sexo feminino, o aumento do volume mamário (telarca) ocorre entre 8 e 9 anos de idade e, para as do sexo masculino, o aumento testicular se dá entre os 8 e 9 anos. Contudo, o desenvolvimento antes dessas idades caracteriza o que a medicina chama de puberdade precoce.

Segundo o médico pediatra Bruno Leandro, professor do curso de Medicina do Unipê, a puberdade precoce tem causas multifatoriais, que envolvem, por exemplo, a genética, problemas no sistema endócrino e algumas doenças que estimulam a produção de hormônios sexuais antes do esperado.

“Não existem evidências científicas comprovadas de que estímulos externos, como danças, roupas ou maquiagens, possam causar a puberdade precoce. Geralmente esse desenvolvimento é principalmente influenciado por fatores biológicos e genéticos”, ressalva o especialista.

Com isso, se houver a telarca antes dos 8 anos em meninas e o aumento do volume testicular antes dos 9 anos em meninos, podem ser considerados casos de puberdade precoce. “Mas, é importante lembrar que precisamos ver cada caso individualmente por um especialista”, frisa o médico pediatra.

Riscos, diagnóstico e tratamento

Os riscos relacionados à puberdade precoce incluem problemas emocionais e impactos psicossociais, principalmente porque há um amadurecimento do corpo antes do tempo previsto e, muitas vezes, o lado emocional não está preparado para lidar com algumas limitações e adaptações. Além disso, pode haver baixa estatura final, por conta do crescimento ósseo acelerado.

Os especialistas indicados para ajudar quanto a puberdade precoce são os próprios pediatras, que já acompanham o crescimento e desenvolvimento da criança. Endocrinologistas pediatras são os mais adequados para fazer essa avaliação e, algumas vezes, médicos geneticistas também podem ser necessários para fazer um diagnóstico.

O tratamento deve ser feito somente a partir de um diagnóstico correto dado pelo especialista, que avalia a possível causa, e pode envolver o uso de medicamentos que suprimem a ação hormonal que acelera o desenvolvimento sexual. “O que é necessário é a família buscar sempre um acompanhamento de desenvolvimento periódico e uma assistência médica para avaliar e discutir o tratamento”, recomenda Bruno.

Saúde mental

A condição pode afetar a saúde mental das crianças. Em especial, causa sintomas como ansiedade, baixa autoestima, às vezes agravada com sintomas depressivos, inclusive problemas quanto ao próprio relacionamento com colegas devido ao amadurecimento mais prematuro.

Para auxiliá-las nesse momento, Bruno enfatiza que, além de buscar ajuda médica e de outros profissionais de saúde, é fundamental oferecer apoio emocional e criar um ambiente aberto para a comunicação para poder entender e lidar com as causas e fazer os tratamentos adequados se forem necessários.

A importância de estimular um ambiente aberto e confortável para conversas se dá, inclusive, para abordar questões sobre assédio. Caso ocorra algum assédio, o especialista indica que a família e os responsáveis devem apoiar a criança, escutá-la e acreditar nela, a fim de tomar as medidas adequadas para protegê-la e denunciar o ocorrido às autoridades competentes para as devidas providências.

“A família e as pessoas responsáveis devem usar uma linguagem apropriada para a idade. Se tiverem alguma dificuldade podem pedir auxílio de um profissional tanto para criança compreender melhor como para os pais e responsáveis também ter uma melhor comunicação. E tem sempre que enfatizar a importância dessa comunicação aberta, incentivando a relatar qualquer tipo de situação que se sinta desconfortável, ou seja, não causar nenhum tipo de inibição ou vergonha por parte da criança em poder procurar os seus pais”, pontua.

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