Mais de 16h após a ocupação da reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), os estudantes continuam no local. A manifestação, que começou na noite da segunda-feira (30), pode atrasar o pagamento do salário dos servidores e causar complicações nas novas chamadas do Enem e Sisu. A reitora da instituição, Margareth Diniz, informou que não recebeu pauta de reivindicações, mas que continua aberta ao dialogo com os estudantes. Porém, uma possível medida judicial para realização da desocupação é aguardada pela Polícia Federal.
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Como esta terça-feira (31) é o último dia para o fechamento da folha de pagamento, a reitora teme que o salário dos funcionários da universidade e outros serviços fornecidos sofram atrasos.
“Estamos hoje com inúmeros prejuízos. O primeiro é o pagamento do salário de todos os servidores da universidade, já que hoje (terça-31) é o último dia do fechamento da folha. Nós estamos na quarta chamada do Enem Sisu, temos o pagamento das bolsas dos próprios estudantes e a ocupação causa atrasos”, afirmou Margareth Diniz.
Segundo a reitora, uma das possíveis reivindicações dos estudantes é a reforma da Residência Universitária e as condições de alimentação do restaurante.
“O restaurante nunca havia passado por uma reforma desse tipo como esta sendo feito agora. A Agência Estadual de Vigilância Sanitária esteve na universidade e propôs todo um quantitativo de reformas que nós estamos cumprindo. Vamos, inclusive, abrir um restaurante para atender a outros alunos, com baixo custo; não é grátis. Os alunos devem estar dentro do perfil de estudantes vindos de escola pública ou de baixo poder econômico”, disse a reitora.
A falta de diálogo com os estudantes que ocupam a reitoria, segundo Margareth, dificulta um entendimento.
“Nós queremos atender os estudantes. Já encaminhei uma comissão para conversar com eles para que a gente saiba o que de fato eles querem. Nós precisamos botar a reitoria para funcionar. Então, eles vão dizer se é essa universidade que eles querem construir, ou é a universidade do dialogo, da conversa e da negociação para que de fato nós tenhamos uma universidade pública e de qualidade”, finalizou a reitora.
Em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Federal (PF), o Portal Correio foi informado que os policiais continuam dando suporte a UFPB, mas que o protesto segue pacífico, sem cárcere privado e sem danos ao patrimônio.
Uma possível medida judicial por parte da reitoria é aguardada para que a PF realize a desocupação. O Portal Correio tentou contato com a reitora para saber a possibilidade da medida, mas não teve os telefonemas atendidos.