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Saúde bucal: entenda causas e problemas dos dentes inclusos

Especialista do Unipê explica formas de tratamento, como a extração

Muita gente já lidou com um desses casos: os terceiros molares, popularmente conhecidos como dentes sisos, ficaram inclusos ou semi-expostos. Esse fenômeno pode também ocorrer em outras regiões da nossa arcada dentária, mas os mais frequentemente inclusos são os sisos inferiores e superiores. Os caninos superiores e os pré-molares inferiores aparecem na sequência. Mas por quê?

“Esses dentes são os últimos a erupcionar. E muitas vezes ficam inclusos ou semi-inclusos devido à falta de espaço na arcada dentária”, explica o Prof. Me. Davi Costa, de Odontologia do Unipê. Outras causas para a inclusão dentária “são a perda precoce de dentes decíduos (de leite), algumas doenças e síndromes e a presença de cistos ou tumores”, complementa o especialista em cirurgia bucomaxilofacial.

O principal problema dos dentes semi-inclusos é a pericoronarite (especialmente em sisos inferiores), uma inflamação da gengiva que recobre parcialmente esse dente que nasceu semi-exposto. “Muitas vezes devido ao acúmulo de resto de alimentos, os pacientes costumam ter dificuldade de higienizar essa região”, diz Davi. Ainda, devido a esse acúmulo, cáries podem ocorrer nos dentes semi-inclusos ou nos vizinhos a estes.

Tratamentos

Sabendo dos problemas que podem surgir com dentes inclusos ou não em outros lugares da nossa arcada, alguns tratamentos são indicados para corrigi-los. No caso de um canino superior incluso, o tracionamento dentário é a primeira opção, pois esse dente é importante na estética do sorriso e no equilíbrio da oclusão.

O procedimento é feito com ajuda da ortodontia, que abre espaço para o dente incluso. “Depois, é realizada uma cirurgia para acessar o dente e colar um braquete ortodôntico e, em seguida, a ortodontia vai trazer o dente para posição correta, que não acontece imediatamente, mas dentro de alguns meses”, conta Davi.

Para os sisos (inclusos ou não), a extração é sugerida na maioria dos casos pelas possibilidades pericoronarite e cárie. Outras razões podem ser por indicação ortodôntica para movimentação dentária, presença de cistos ou tumores, reabsorção da raiz dos dentes vizinhos e periodontite (infecção da gengiva) na raiz do dente vizinho.

O melhor momento para remover os sisos inclusos é entre 16 e 20 anos: a raiz do dente não está totalmente formada, e o osso da mandíbula ou maxila é mais flexível. Nessa fase, a cirurgia costuma ser mais tranquila e a recuperação pós-operatória mais rápida do que em pacientes acima de 30 anos, por exemplo.

Os riscos de complicações dessas extrações, que são rotineiras em consultórios de cirurgia bucomaxilofacial, são baixos. Porém, um problema a ser evitado é a lesão do nervo alveolar inferior, que está muito próximo da raiz do siso inferior em alguns casos.

Se lesionado, o paciente pode ficar com parestesia, que é a sensação de dormência na região do lábio inferior e queixo do lado afetado. “Essa complicação pode ser evitada com a solicitação de tomografia computadorizada em casos onde a radiografia sugere proximidade dessas duas estruturas e, a partir daí, realizar mudanças na técnica cirúrgica”, diz Davi.

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