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Síndrome de Burnout: entenda a doença

Especialista fala sobre diagnóstico e formas de tratamento

Para alguns profissionais da saúde, a atual pandemia tem trazido (e trará) impactos negativos à saúde mental de trabalhadores ao redor do planeta. Além de estresse e ansiedade, as adaptações e readaptações aos novos formatos de trabalho, como o home office, podem desencadear a síndrome de burnout. Mas o que é essa síndrome? 

O burnout é uma doença ligada ao trabalho conhecida pelo esgotamento profissional. Por meio da Lei 6.042/07, a doença foi incorporada aos transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho, grupo V da CID-10. “Com base no estudo de Mary Sandra Carlotto, esta síndrome está caracterizada pelas existências de quatro dimensões: desgaste psíquico, indolência, ilusão pelo trabalho e culpa”, diz a enfermeira e Profa. Dra. Ericka Holmes Amorim, do curso de Enfermagem do Unipê.

Entretanto, não há como configurar um quadro fechado de sintomas para avaliar se alguém está prestes a desenvolver a síndrome: o adoecimento varia conforme o trabalho, a função desenvolvida e consequentemente os fatores presentes no cotidiano laboral.

“O que se percebe nos estudos é que os indivíduos apresentam a sensação de cansaço físico e mental, esgotamento emocional para lidar com as situações postas no trabalho, dores de cabeça, dores nos ombros e na nuca, sentimento de não querer começar nada novo, perda do desejo sexual, excesso ou falta de apetite”, apresenta.

Esses e outros sentimentos e sintomas, e ainda os hábitos de vida adquiridos para o enfrentamento da síndrome pelo trabalhador, podem fazer com que o profissional se afaste do trabalho e nunca mais consiga retornar. Com isso, outros problemas de saúde podem ser desenvolvidos, como depressão, sedentarismo e obesidade. No contexto atual, pode desenvolver a doença qualquer pessoa, seja em isolamento, seja em meio aos riscos.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico de burnout é feito por uma orientação médica e o tratamento deve ser prescrito por um psicólogo ou psiquiatra. “As formas de tratamento conhecidas são o medicamentoso, que deve ser orientado e passado por um profissional médico; o tratamento por meio de terapias com o acompanhamento de um psicólogo; e o uso de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS) utilizadas por muitos enfermeiros”, diz Ericka.

As PICS são tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças como depressão e hipertensão. “Como todo adoecimento mental, a reversão do quadro de burnout ou o tratamento, por assim dizer, requer tempo, paciência e acompanhamento por profissionais (médico e psicólogo ou terapeutas), capacitados e preparados para lidar com o burnout”, pontua.

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