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Theatro Santa Roza faz 130 anos com programação especial

Uma programação com dança, música e, claro, teatro marcará o aniversário de 130 anos de fundação do Theatro Santa Roza, no Centro de João Pessoa, completados no dia 3 de novembro. As comemorações organizadas pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) começam nesta sexta-feira (1º) e são gratuitas.

A partir das 19h, o palco do teatro receberá o espetáculo de dança ‘Ebulição‘, com Valéria Vicente (PE). Logo em seguida, às 20h, tem show com a Big Band Rubacão Jazz, da Paraíba. A programação segue no sábado, dia 2, com show da banda paraibana Berra Boi. A apresentação será a partir das 20h, no palco armado ao lado do tradicional Bar dos Artistas, e da Escola de Ballet, que funciona no teatro Santa Roza.

Encerrando a programação, no domingo, dia 3, haverá encenação coletiva de alunos de cursos livres de teatro. Eles mostrarão contos relacionados ao Theatro Santa Roza. Também integram a programação, a partir das 19h30, apresentações de dança e circo dos alunos das escolas de dança do Santa Roza e de Circo da Funesc.

Fechando a noite de celebração dos 130 anos do teatro, o palco receberá o espetáculo ‘Joanas do Brasil’, com alunos do curso de teatro da Funesc, em homenagem ao diretor Roberto Cartaxo (falecido este mês). O aniversário do teatro tem como data oficial 3 de novembro (este domingo).

Programação: 130 anos do Theatro Santa Roza

SEXTA 01 / 11

19h – “EBULIÇÃO” – Dança, com Valéria Vicente (PE);
Performance-instalação na qual o público é convidado a se deslocar, mudando suas perspectivas de percepção. Nela se ultrapassa o lugar da espetacularidade e é permitida uma interação entre a artista e a “plateia” em uma experiência sensorial, física e mental.
@valeria.vicente.frevo

20h – BIG BAND RUBACÃO JAZZ (PB);
Formada por alunos e ex-alunos dos cursos de Música UFPB, totalizando 25 componentes, Rubacão Jazz engloba as mais variadas experimentações rítmicas brasileiras.
@rubacaojazz

SABADO 02 / 11

20h – BERRA BOI (PB), no palco armado na área externa do Theatro Santa Roza;
O trio instrumental “Berra Boi” busca sonoridades urbanas e nativas da América Latina e da África, passeando por beats de Funana, Ragga, Dub, Cúmbia e Baião. O resultado é uma música dançante, que bebe de diversos estilos festivos dos guetos do planeta.
@berraboi

DOMINGO 03 / 11

19h – Encenação de ‘Contos do Santa Roza’ com alunos de cursos livres de teatro; @cursolivreteatrosantaroza

19h30- Apresentações de dança dos alunos do Theatro Santa Roza e dos alunos da Escola de Circo da Funesc

20h – “JOANAS DO BRASIL” (PB)  – Teatro (Funesc);
História de desilusão amorosa, abandono e vingança criada por Chico Buarque e pelo paraibano Paulo Pontes, na qual é retratado o sofrimento de uma mulher periférica chamada Joana, diante da partida de Jasão, seu marido, que decide largar a mulher para se casar com outra, mais jovem e com melhores condições de vida. Montagem feita com os estudantes do curso de teatro da Fundação Espaço Cultural, em homenagem ao teatrólogo Roberto Cartaxo.

Reforma

Recentemente, o Theatro Santa Roza passou pela mais abrangente reforma da história do prédio, palco da cultura de João Pessoa e da Paraíba. O teatro, patrimônio material do Estado e uma das riquezas culturais mais importantes da Paraíba, recebeu intervenções em todo o prédio e contou com investimento total de quase R$ 4,5 milhões.

Patrimônio e História

O Theatro Santa Roza é um equipamento com ótima capacidade de atender ao público e apresentações artísticas. A plateia está configurada com 427 assentos; sendo 224 dispostos nos camarotes dos dois pavimentos, 194 no térreo, três para deficientes físicos, três para obesos e três no camarote do governador do Estado.

O prédio foi palco de importantes acontecimentos artísticos e históricos da Paraíba, como a assembleia que concebeu a bandeira do Estado; a sessão da Assembleia Legislativa que mudou o nome da capital estadual de Paraíba para João Pessoa – em homenagem ao então presidente (governador) assassinado em 26 de julho de 1930; e ainda funcionou como cineteatro no período de 1911-1941.

Conforme a Fundação Joaquim Nabuco, entidade vinculada ao Ministério da Educação, a pedra fundamental para a sua construção foi oficialmente lançada em 2 de agosto de 1852, por meio da Lei Provincial nº 549, durante o governo de Francisco Teixeira de Sá. A edificação ficou sob a responsabilidade da Sociedade Particular Santa Cruz, sendo suspensa em 1882, por falta de recursos financeiros.

A obra foi retomada durante o governo provincial de Francisco da Gama Roza, de onde vem o nome “Theatro Santa Roza”. Existe uma polêmica do “S” e do “Z” na grafia da palavra Roza. Uns defendem que deve continuar com Z por ter sido uma homenagem ao então governador Francisco da Gama Roza e outros, com S, que é a forma etimologicamente correta, proveniente do latim rosa. Há ainda quem defenda que o nome do político Gama Roza se grafava com ‘S’, como a historiadora Fátima Araújo, que lançou um livro sobre a história do Teatro. Atualmente, no entanto, a grafia da fachada segue com ‘Z’.

O espaço foi inaugurado no dia 3 de novembro de 1889, ocasião em que foi apresentado o drama “O Jesuíta – ou O Ladrão de Honra”, de Henrique Peixoto. Doze dias depois da inauguração do teatro, foi proclamada a República no país e Francisco da Gama Roza perdeu seu mandato.

Venâncio Neiva, o primeiro governante republicano da Paraíba, mudou o nome do local para “Teatro do Estado”, ato posteriormente revogado. O político João Pessoa, então candidato à vice-presidência do Brasil, quis mudar a sua localização por considerar aquela área, na época, marginalizada. Todavia, ele foi assassinado antes de conseguir executar o seu plano.

O edifício – que por dentro assemelha-se à proa de um navio – está voltado para o sul e situado no antigo Campo do Conselheiro Diogo, hoje Praça Pedro Américo, centro de João Pessoa. O Teatro é um monumento representativo da arquitetura civil de seu tempo, tem estilo neoclássico com influência greco-romana.

Para a construção das paredes foram utilizadas pedras calcárias e para os camarotes e revestimento interno, madeira do tipo Pinho de Riga – hoje considerada madeira nobre. Na época do Brasil Colônia e Império era usada como lastro de rolete em navios que vinham da Europa e descartada quando as embarcações chegavam ao cais do porto de destino, sendo reaproveitadas na construção civil.

Todas as intervenções arquitetônicas ao longo da história tiveram a preocupação de conservar o estilo original. O teatro, tombado igualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é considerado ícone da cultura paraibana e patrimônio do Estado, vinculado à Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc).

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