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Pesquisadores criam ventilador pulmonar com monitoramento remoto

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram, em 48 horas, um ventilador pulmonar barato e com monitoramento remoto. Os testes começaram nessa terça-feira (31). Pessoas com insuficiência respiratória devido ao novo coronavírus poderão ser beneficiadas. O controle do ventilador por dispositivo móvel é útil devido ao alto potencial de disseminação do vírus. O equipamento poderá ser usado em ambulâncias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais. A patente da inovação será pedida ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) nos próximos dias.

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De acordo com o professor do Departamento de Química da UFPB, Mário Ugulino, a ideia surgiu com o incentivo da Agência de Inovação (Inova) da UFPB a partir de experimentos divulgados na internet. “Ao saber dos vídeos, vislumbramos a possibilidade de realizar um equipamento mais viável. Com as descobertas sobre outros suportes existentes na rede médica, tivemos o ensejo em obter um diferencial: o monitoramento por meio de aplicativos de celulares”, destaca.

Para o professor, a ideia do controle do ventilador pulmonar por dispositivo móvel se dá “diante do isolamento necessário para determinadas doenças, tanto para equipe de profissionais de saúde quanto familiares. Assim, à distância e com os meios disponíveis pela tecnologia digital, pessoas com o novo coronavírus podem ser monitoradas e ajudadas”.

O doutorando Railson de Oliveira, que participa do projeto, explica que a conectividade do ventilador pulmonar é sem fio (wireless, na expressão em inglês). “Estamos neste momento trabalhando em aplicativo para dispositivos móveis. O objetivo é utilizar um tablet, por exemplo, que recebe sinal de vários respiradores de modo simultâneo via internet. Desse modo, o médico responsável poderá ver os parâmetros de todos os pacientes na palma da mão e de fora da UTI, diminuindo a exposição, o esforço e o tempo”, diz.

Segundo o pesquisador, o equipamento está em fase inicial e os resultados obtidos até agora foram dos testes de funcionamento do sistema de ventilação. “Em 72 horas, monitoramos a pressão do sistema. Dentre os resultados esperados, constam precisão e exatidão no monitoramento e controle da pressão, fluxo respiratório, frequência respiratória, concentração de oxigênio e umidade”, acentua Railson.

O doutorando conta que os testes vêm sendo desenvolvidos em função dos ciclos respiratórios e a regulação tem sido constante neles. “Observamos perfis de pressão em função dos ciclos respiratórios, sob ambiente controlado. Constatamos que o sistema automatizado de ventilação reproduz perfis idênticos ao longo do tempo. Isto demonstra que o controle está bem ajustado para monitorar e regular a pressão do sistema. Mas é um teste preliminar ainda”, reforça.

Além do professor Mário Ugulino e do doutorando Railson de Oliveira, a equipe que atua no desenvolvimento do ventilador pulmonar é composta pelos pesquisadores do Centro de Informática (CI) Tiago Maritan e Marcos Alves e pelo também doutorando em Química Valber Elias. Os profissionais estão realizando as tarefas por meio de home office e procuram uma empresa que queira investir no equipamento para comercialização.

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