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Vistoria acha esgoto a céu aberto em salas do IPC

Fossa e esgoto a céu aberto em salas de necropsia, fiação elétrica exposta e coletes a prova de balas vencidos. Estas são algumas das irregularidades e condições insalubres de trabalho que os fiscais do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho encontraram no Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC), localizado no bairro do Cristo, na Zona Oeste de João Pessoa, na tarde desta sexta-feira (2).

Segundo o procurador do MPT, Eduardo Varandas, a inspeção foi realizada para apurar denúncias feitas pelo Sindicato dos Peritos da Paraíba ao órgão e ao Ministério do Trabalho. De acordo com o procurador, foram encontradas irregularidades em praticamente todos os ambientes do prédio. Contudo, as situações de maior risco aos trabalhadores foram identificadas nas salas de necropsias.

“Na sala de necropsia os líquidos cadavéricos eram despejados em um esgoto a céu aberto, dentro da sala. Na sala, onde colocam os cadáveres em decomposição, o encanamento das pias não escoava os líquidos e no chão havia resquícios de substâncias orgânicas, como sangue. Ambientes completamente insalubres e de risco aos trabalhadores”, denunciou Varandas.

Ele relatou ainda a presença de fiação elétrica exposta em outras salas, funcionários manuseando cadáveres e restos mortais sem equipamentos de proteção ou com equipamentos inadequados, mofo e ácaros nas paredes, além de relatos de acidentes de trabalho por uso de coletes à prova de balas vencidos. “O prédio não pode ficar funcionando desse jeito, pondo em risco a vida das pessoas. Até mesmo o local para atendimento de idosos e crianças funciona de maneira errada, improvisado. Diante desse problema sério, vamos cobrar providências ao governo do Estado”, adiantou o procurador.

Na próxima segunda-feira (5), o MPT e o Ministério do Trabalho encaminharão um relatório da visita ao IPC à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Seds). Contudo, o procurador Eduardo Varandas não descartou interditar o prédio.

A reportagem procurou a assessoria de comunicação da Seds para comentar o assunto e obteve a informação de que a pasta ainda não foi comunicada oficialmente pelos órgãos fiscalizadores e só vai se pronunciar após tomar conhecimento do fato.

Com texto de Katiana Ramos, do Jornal Correio da Paraíba.

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