A deputada estadual Estela Bezerra (PSB) divulgou nota nesta quarta-feira (16) na qual nega que seja suspeita de alguma irregularidade, conforme indicado pela Justiça da Paraíba na Operação Calvário.
A Operação quer saber por que a ex-chefe de gabinete dela, Mayara de Fátima Martins de Souza, foi escolhida como presidente da Cruz Vermelha, usada para crimes com o dinheiro público na Paraíba, e se a deputada teria ligação com essa escolha. A Calvário investiga desvios de R$ 1 bilhão em recursos públicos no Estado e teria como chefe do esquema um dirigente da Cruz Vermelha, Daniel Gomes, preso desde o início da operação.
Na nota, Estela diz que foi surpreendida de forma negativa com a citação nas investigações e que levou tempo para entender por que foi citada em um processo do qual não faz parte.
Estela afirma que está à disposição das investigações porque não tem nada a esconder e defende apuração imediata, já que está na política por ser defensora da democracia e dos direitos sociaias. “Devo dizer em meu favor que tenho uma vida pública sem qualquer mácula”, afirma em um trecho.
No texto, a deputada diz ainda que continua trabalhanbdo normalmente em prol do mandato e do compromisso com os que a elegeram parea o segundo mandato.
Leia abaixo a nota na íntegra, publicada originalmente no site de Estela Bezerra.
“Nas últimas horas fui surpreendida, negativamente, com uma medida cautelar na qual sou citada, com ilações que me acusam de ser uma suposta suspeita de um processo de investigação em andamento no Ministério Público Estadual (MPE).
Levei algum tempo para compreender os motivos pelos quais fui arrolada em um processo do qual não sou parte e figurar em um capítulo cuja a arguição trata da competência originária da Corte. Contudo, quero aqui demonstrar o meu interesse em colaborar com as investigações para que a verdade real seja reestabelecida.
Devo dizer em meu favor que tenho uma vida pública sem qualquer mácula. Sou deputada de segundo mandato, aprovada pela opinião pública através do voto popular. Minha entrada na democracia representativa é fruto de uma trajetória de luta por diretos sociais, por justiça social, por cidadania, por democracia participativa e por transparência pública.
Antes de ter mandato, fui ativista e defensora dos direitos das minorias, gestora e ordenadora de despesas à frente da Coordenadoria das Mulheres, da Secretaria de Transparência Pública, da Secretaria de Planejamento e, por fim, da Secretaria de Comunicação do Estado, sem que nada possa ser utilizado contra a minha conduta ética e moral.
Quero apuração imediata. É a minha imagem, a minha reputação e o respeito das pessoas que confiam em mim que está em jogo. E, a despeito de qualquer foro privilegiado, coloco meus sigilos bancário, patrimonial e telefônico à disposição. Estou apresentando petição junto ao MPE e ao Tribunal de Justiça. Tenho endereço fixo e nada tenho a esconder da Justiça, nem do povo da Paraíba.
Sobre mim, deveria pesar a presunção de inocência, como a todo cidadão do Estado de Direito, onde as instituições públicas possuem papéis definidos e disciplinados por leis. O processo tem rito e, por justiça, precisa inquirir antes de acusar. O contraponto disso é o processo inquisitório que condena antes de ouvir.
Por fim, quero reafirmar a toda sociedade, que os compromissos da agenda socialista de soberania popular, garantia e igualdade de direitos e sustentabilidade são a prioridade do nosso mandato.
Seguiremos com o trabalho, o respeito e a responsabilidade que sempre conduziram minha vida pública.”
A Operação Calvário foi iniciada em dezembro de 2018 e expôs um esquema responsável pelo desvio de mais de R$ 1 bilhão da Saúde. Conforme o Gaeco/MPPB, as fraudes envolviam agentes públicos e Organizações Sociais (OS) que gerenciavam hospitais. Na semana passada, porém, com a deflagração da quinta fase da operação, o âmbito de investigação da Calvário foi expandido.
Além da suposta participação do então secretario executivo de Turismo, passou-se a apurar o envolvimento de editoras de livros e do então secretário da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Aléssio Trindade. Ivan Burity e Aléssio Trindade foram exonerados pelo governador João Azevêdo no dia seguinte.