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Testemunhas de Jeová denunciam ‘ataques’ da Rússia

Autoridades russas estão intensificando seu ataque contra as Testemunhas de Jeová, em uma campanha de terror que remete à era soviética — com prisões e, às vezes, torturas. Na última terça-feira havia 32 testemunhas de Jeová presas ou condenadas à prisão, outras 28 em prisão domiciliar e outras 121 que não podiam sair de sua cidade. Todos foram acusados de organizar, participar ou financiar a atividade de uma organização considerada “extremista”. Pelo menos 300 Testemunhas de Jeová, entre 20 e 89 anos de idade, estão sob investigação. As informações são do portal JW.ORG, um jornal mundial online dedicado a essa religião.

O caso mais recente – relata texto distribuído pelo portal – ocorreu na manhã de 13 de dezembro passado, quando um tribunal de Penza (Rússia), condenou Vladimir Alushkin, a seis anos de prisão. Após a sentença, ele foi imediatamente algemado e posto sob custódia. Outras cinco Testemunhas de Jeová, incluindo a esposa dele, foram sentenciadas a dois anos de prisão.

Ele foi detido em 15 de julho de 2018, quando policiais mascarados e armados invadiram sua casa. Eles vasculharam o apartamento por horas, confiscando celulares, eletrônicos e Bíblias.

Autoridades fizeram buscas em outras 5 casas de Testemunhas de Jeová nesse dia e levaram cerca de 40 delas para interrogatório.

Tortura

Em 15 de fevereiro de 2019, em Surgut – relata o JW.ORG – autoridades policiais torturaram sete homens Testemunhas de Jeová depois de terem feito buscas nas casas de várias delas na região. As vítimas foram forçadas a tirar a roupa, sufocadas, encharcadas com água, espancadas e receberam choques elétricos. A tortura aconteceu no primeiro andar do escritório da Comissão de Investigação Russa, em Surgut.

Eles estavam sendo investigados por supostamente ‘organizar a atividade de uma organização extremista’.

Oficiais tentam justificar suas ações com base na proibição da entidade jurídica das Testemunhas de Jeová pela Suprema Corte (não de indivíduos praticarem sua fé) que ocorreu em abril de 2017 e por meio da má aplicação do artigo 282 do Código Penal. Policiais armados invadem as casas de Testemunhas de Jeová, muitas vezes apontando armas para as cabeças delas — incluindo crianças e idosos — e as forçam a se deitar no chão.

Confisco

As Testemunhas de Jeová afirmam que, desde 2017, as autoridades russas têm confiscado suas propriedades e invadido suas reuniões pacíficas e seus lares. Entidades internacionais de proteção aos direitos humanos e especialistas têm denunciado o desrespeito à liberdade individual por parte das autoridades russas.

O Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária (WGAD) condenou a perseguição sistemática às Testemunhas de Jeová na Rússia.

Essas pessoas foram presas apenas por estarem praticando sua fé de modo pacífico ou compartilhando suas crenças com outros. Isso continua acontecendo, apesar de autoridades russas terem garantido que essa proibição do governo não seria contra a liberdade individual dos cidadãos de praticarem sua fé. Teme-se que outros grupos religiosos possam ser atacados também.

As Testemunhas de Jeová esperam que os tribunais internacionais tomem ação adicional para acabar com o ataque da Rússia à sua liberdade religiosa e as violações de direitos humanos.

*Texto do Jornal CORREIO

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