Ocorreu, na tarde desta quinta-feira (16), a primeira audiência referente à Operação Cartola, desencadeada pela Polícia Civil e Ministério Público da Paraíba, que trouxe è tona uma suposta organização criminosa, acusada de manipular resultados do Campeonato Paraibano do ano passado. Na ocasião, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e um declarante, que responderam questionamentos tanto do representante do MPPB, como também dos advogados de defesa dos 17 réus da operação. Uma nova audiência foi confirmada para o dia 10 de julho, às 14h, onde as 30 testemunhas de defesa serão ouvidas.
A audiência aconteceu no Plenário do Fórum Criminal de João Pessoa. Das doze testemunhas que iriam falar, apenas quatro foram ouvidas, o ex-vice-presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF) Nosman Barreiro, o ex-assistente de arbitragem Dguerro Xavier, o ex-árbitro Roberto Lima e o assistente Oberto Santos. Além das testemunhas, o ex-assistente de arbitragem, Gilvanez Araújo, também foi ouvido, mas na condição de declarante.
O representante do MPPB, o promotor Reynaldo Serpa, falou sobre a audiência, demonstrando que ficou satisfeito com o que ouviu das testemunhas. Serpa reiterou que o crime praticado pelos acusados foi o de organização criminosa e que isso fica provado nas interceptações telefônicas realizadas pelos órgãos investigativos e denunciantes.
“Esse processo da Operação cartola é embasado mais na prova técnica, que é a interceptação telefônica, onde vários dos acusados são flagrados em conversas com outros réus, dando conta da prática dos crimes que estão sendo investigados nesse processo, e o principal deles, que é a organização criminosa. Essa primeira audiência foi profícua, apesar da última testemunha ter sido ouvida como declarante, por conta de uma questão de uma inimizade com um dos réus, sendo que as demais testemunhas corroboraram com as provas técnicas”, disse o promotor Reynaldo Serpa.
Dentre as pessoas ouvidas, o depoimento que mais chamou atenção foi o do ex-assistente de arbitragem, Gilvanez Araújo, que detalhou como atuava a suposta organização criminosa. Porém, durante sua fala, o declarante se enrolou em determinados momentos, como por exemplo quando ele afirmou que participou de um jogo da primeira divisão do Campeonato Paraibano do ano passado, entre Paraíba de Cajazeiras e Esporte de Patos, porém, nenhuma das equipes mensuradas disputou aquele campeonato.
Outro ponto levantado pelo ex-assistente, foi sobre o estopim da operação, quando, segundo afirmou, ele apresentou uma denúncia de uma suposta compra da semifinal do torneio feita pelo Treze, que supostamente negociou valores com o ex-presidente da Ceaf-PB, José Renato Soares. Na ocasião, Gilvanez disse que o fato havia ocorrido em 2018, mas posteriormente ele corrigiu, afirmando que a data real da suposta negociação havia sido em 2017.
De acordo com o promotor Reynaldo Serpa, o Ministério Público aguarda que o processo seja julgado com celeridade, para que a sociedade tenha uma resposta sobre os fatos denunciados. “Creio que, com um rápido andamento, terminada essa fase, com os réus interrogados, com as alegações finais, haverá a sentença e esperamos que seja feita de forma rápida, para dar uma reposta à sociedade e restabelecer a credibilidade do futebol paraibano”, completou o promotor.