O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba, Hermano Gadelha de Sá, admite complexidade no processo que envolve São Paulo-PB e Treze, atualmente tramitando na Segunda Comissão Disciplinar do órgão paraibano. O procurador do TJDF-PB, Allisson Carlos Vitalino, denunciou o Treze após registro do São Paulo.
O processo que seria julgado na última quinta-feira (27) foi retirado de pauta repentinamente. De acordo com o presidente do TJDF-PB, o motivo se deu devido às dificuldades da relatoria por se tratar de um processo com muita complexidade.
“O julgamento pode alterar o resultado do Campeonato Paraibano e o entendimento entre os membros da Segunda Comissão ainda não está maduro para deliberar, pois toda cautela é fundamental, neste caso”, afirma Hermano de Sá Gadelha.
A Segunda Comissão, com a decisão de retardar o julgamento, mostra que não existe consenso entre os pares. A verdade é que o próprio Tribunal tem dúvida se o Treze fere diretamente a lei esportiva ou não.
“No caso, em tela, a discussão é saber qual é o limite nessa tomada de decisão do Treze. Se de fato ele atinge a competição, ou se não, e se ele teria essa liberdade. É fato que a medida tomada na Justiça Comum é contra o ato do Ministério Público”.
Avalia o presidente do TJDF-PB, deve-se deixar claro se o questionamento do Treze interfere na competição e qual seria a consequência disso. “É um processo delicado, preocupante. É necessário a gente ter o cuidado na análise deste processo. Cabe à Comissão deliberar e a nós, caso tenha o recurso, fazer análise. Pode ser”.
O dirigente do TJDF-PB também se reportou às declarações da presidente da Federação Paraibana de Futebol, Michele Ramalho, que antecipou seu entendimento, afirmando que o Treze não cometeu infração contra a FPF.
Para Hermano Gadelha, considera prematuro qualquer pre-julgamento. Ele afirma que o TJDF-PB é independente e não tem vinculação com a Federação, embora o Tribunal esteja situado no prédio da FPF.
Treze e Sousa decidiram o título estadual, na condição de finalistas, com o primeiro jogo no estádio Amigão, em Campina Grande e o segundo no estádio Marizão, na cidade de Sousa.
O Ministério Público da Paraíba decidiu que os dois jogos teriam apenas torcida do time mandante. Mas o Treze, de acordo com seu presidente Artur Bolinha, questionou a posição do MPPB, na Justiça Comum, na intenção de presença das torcidas do mandante e do visitante.
Com isso, a diretoria do São Paulo-PB ingressou com uma notificação junto ao Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba, alegando que o Treze feriu a Lei Esportiva. Agora, a decisão está nas mãos dos membros do TJDF-PB. A data do julgamento ainda não foi confirmada pela secretária do órgão judicante.