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Tradição e cultura regional são as apostas do Minas Trend

Ainda falta um bom tempo para a primavera e verão 2019, mas a 22ª edição do Minas Trend, que segue até esta sexta-feira (20), já apresentou várias dicas do que estará nos guarda-roupas dos fashionistas durante as próximas estações. Reunindo os principais nomes e marcas do universo fashion de Minas e do Brasil, o evento se tornou um dos principais no ramo de pré-lançamento, antecipando tendências e modificando o calendário da moda brasileira.

Uma das atrações mais aguardadas é a grade de desfiles individuais, que vai contar com a estreia nas passarelas das marcas Fátima Scofield, NotEqual, Virgilio Couture e Skazi. Complementando a programação, o line up também traz o desfile do Sindijoias/MG, além de Plural, Natália Pessoa, Lucas Magalhães, Manzan, Molett, Choker e Anne Est Folle.

O evento, realizado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), conta com mais de 200 marcas que são referência nacional nos segmentos de vestuário, bolsas, sapatos, joias, bijuterias e acessórios. Os expositores se caracterizam por produtos que se diferenciam pelo design, conceito de moda e qualidade do acabamento e das matérias-primas utilizadas. O evento acontece no Expominas, em Belo Horizonte.

Sob o tema “Nosso Lugar Somos Nós”, a edição tem uma abordagem sobre a tradição, cultura e valores locais – mediante uma visão contemporânea -, e suas influências na produção de moda mineira na busca por novos mercados por meio de processos mais elaborados e produtos mais genuínos. A importância da sustentabilidade, de forma a garantir a sobrevivência das gerações futuras, foi também referência importante para a concepção criativa desta edição.

“Fugimos dos estereótipos instantâneos da cultura local, buscando elementos com valor e conteúdos a serem explorados”, destaca o arquiteto Pedro Lázaro, diretor criativo da semana de moda mineira, sobre as referências que pautaram o desenvolvimento do tema.  

O sertão mineiro com sua paisagem “linda e áspera, mas com uma riqueza humana imensurável”, foi o ponto de partida para “a manifestação do presente como perspectiva para o futuro”, pontua Pedro Lázaro.   

Segundo Pedro, a postura da sustentabilidade, tão em evidência nos dias de hoje, sempre foi aplicada no cotidiano dos habitantes dessa região que dependem dos recursos naturais para sua subsistência. “Essas pessoas desenvolveram uma relação afetiva com o meio ambiente, com o espaço onde vivem, e são capazes de entender que fazem parte, mas não dominam esse lugar. O tema ‘Nosso Lugar Somos Nós’ não é um alerta, mas sim uma abordagem poética sobre a necessidade do retorno dessa relação espontânea e interativa com a natureza”, conta.   

Dentro dessa premissa, a principal referência estética da edição baseou-se na obra de Liliane Dardot, artista plástica reconhecida por suas instalações que utiliza a areia como base para escrever em sílica.

A intervenção da artista foi o principal destaque no hall de entrada do evento, recepcionando e apresentando o tema de forma impactante aos visitantes. “Normalmente, damos apelidos a pessoas queridas e a instalação de Liliane simboliza a afetividade com a natureza e o local onde vivem. Nomes populares de plantas – como ‘carrancuda’, ‘triste flor’, ‘árvore de vaca’ ou ‘João Leite’-, entre outros, surgem para evidenciar essa relação afetiva e respeitosa com o meio ambiente”, completa o arquiteto.

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