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Tráfico de drogas sobe 1.000% por BR e faz de PB e RN rotas internacionais

Mais de 1.000%. Esse é o número apontado pela Polícia Civil, como registro de aumento na apreensão de drogas vindas do Rio Grande do Norte para a Paraíba através da rodovia BR-101. Além da Polícia Civil, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal (PF) também registram aumento de prisões e apreensões no tráfico. Os dados são comparativos entre 2015 e 2016 e revelam a necessidade de maior fiscalização e mais policiais na divisa paraibana.


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As drogas que circulam entre Paraíba e Rio Grande do Norte, via BR-101, são maconha, a cocaína e o crack, de acordo com o chefe da Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal na Paraíba, o delegado Bruno Rodrigues.

Porém, a rota do tráfico não começa em nenhum dos dois estados, mas em países vizinhos ao Brasil, como o Peru, a Bolívia e o Paraguai, responsáveis pela produção da maconha, cocaína e crack entregues no Rio Grande do Norte e enviadas à Paraíba.

“O caminho das drogas entre Natal e a Paraíba é basicamente feito pela BR-101. As drogas vêm do Peru, Paraguai e Bolívia, chega em Natal e é enviada a Paraíba aos ‘cuidados’ da organização criminosa ‘Okáida’, que é próxima ao Comando Vermelho e recebe as drogas que abastecem a Grande João Pessoa”, afirmou o delegado Bruno Rodrigues.

A rota do tráfico também é conhecida da Polícia Civil. Segundo o delegado Walter Brandão, chefe da Polícia Civil em Mamanguape (PB), os estados do Mato Grosso do Sul e de Rondônia funcionam como receptores de drogas estrangeiras e responsáveis por enviar os entorpecentes para Natal (RN).


Prisões e apreensões

Segundo o delegado Walter Brandão, boa parte das apreensões e prisões com relação ao tráfico de drogas na BR-101 são feitas durante abordagens da PRF, que encaminha os casos para a delegacia.

Com base nas ocorrências registradas em 2015 e 2016, o delegado afirmou que existe a constatação de elevado aumento no número de apreensões de todos os tipos de drogas e de prisões de suspeitos.

“A Polícia Civil tem constatado um elevado número de drogas vindas do Rio Grande do Norte. Somente o Grupo Tático Especial (GTE) apreendeu 1.000% mais drogas esse ano do que ano passado (8 kg em 2015 e 121 kg este ano, até novembro). Também registramos 100% mais pessoas sendo presas por suspeita de tráfico este ano do que em 2015. São dados de operações apenas em trechos da BR-101”, afirmou o delegado.

Principal responsável pelas prisões nos trechos da BR-101 no estado, a PRF informou ao Portal Correio que, em 2015, dez adultos e três menores de idade foram presos ou apreendidos ao serem flagrados transportando drogas. Já em 2016 esse número saltou para 16 adultos presos e uma adolescente apreendida em casos relacionados ao tráfico.

“Em quase todos os casos, a PRF realiza apreensões de drogas durante fiscalização rotineira. A fiscalização padrão checa, além do veículo e documentos, os possíveis antecedentes criminais dos ocupantes”, informou a PRF.

Em ações, a PF também registrou aumento no número de apreensões, especialmente de cocaína. Em 2015, o órgão apreendeu 15 kg de cocaína e 15 kg de maconha. Neste ano, houve diminuição na apreensão de cocaína, que caiu para 2 kg, mas 60 kg de maconha foram encontrados com suspeitos de tráfico.


Efetivo baixo, menos apreensões

Tanto a Polícia Civil como a PRF reconheceram que os casos de apreensão e prisão relacionados ao tráfico de drogas via BR-101 estão aumentando, mas o número de efetivo policial não vem acompanhando as ações.

“O número de prisões e apreensões são altos e até resultou na diminuição de Crimes Violentos Letais Intencionais (CLVIs) na região, já que eles estão ligados principalmente ao tráfico de drogas. Aqui funcionamos com 40 policiais civis e deflagramos 25 operações, com mais de 200 pessoas presas. Se o efetivo fosse maior, o combate ao tráfico seria mais proveitoso”, contou o delegado Walter Brandão.

Já a PRF também afirmou que o reduzido número de efetivo faz com que o combate ao tráfico não seja prioridade nos trechos da BR-101, o que poderia facilitar a entrada de entorpecentes.

“A maior dificuldade está ligada ao efetivo reduzido, que não pode priorizar o combate ao narcotráfico em detrimento da segurança no trânsito. Assim como em qualquer órgão de segurança pública, o incremento no efetivo impactaria no aumento de apreensões de drogas”, disse a PRF.

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