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Transporte aéreo gera 41,7 mil empregos e R$ 2 bilhões na economia da PB

Com 41,7 mil empregos gerados e participação de R$ 2 bilhões na economia da Paraíba, o setor aéreo poderia alcançar voos mais altos no estado. É o que revela o estudo “Voar por mais Brasil”, lançado durante evento no Brasília Palace Hotel, em Brasília, pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). O levantamento, feito com base em dados de 2015, detalhou a situação do segmento de aviação civil de cada estado e apontou gargalos enfrentados pelas empresas. No caso específico paraibano, um dos entraves é o elevado custo do querosene de aviação, que sofre cobrança de 18% de ICMS, um dos mais elevados do país.

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O estudo apontou que a participação do setor aéreo na economia da Paraíba representa receita específica de 0,4%. O segmento gerou com pagamento de salários R$ 375 milhões e injetou em impostos R$ 158 milhões.  Mesmo assim, a Paraíba utiliza pouco o setor aéreo. A taxa de embarque média por habitante é de 0,19 anual. Para efeito de comparação, o vizinho Rio Grande do Norte alcançou no mesmo período índice de 0,36, ou seja, quase o dobro do indicador paraibano.

Segundo o consultor técnico da Abear, Maurício Emboara, que esteve à frente da apuração e análise dos dados, em média no mundo a taxação de impostos nos bilhetes aéreos é de 28%, mas o Brasil possui a cobrança regionalizada do ICMS, que varia de unidade da federação para outra, mas que faz decolar a cobrança de impostos nas passagens para a média de 38%. “É um absurdo. Dificulta o crescimento do turismo interno no Brasil”.

Quanto questionado sobre o caso particular da Paraíba, que aplica cobrança de 18% de ICMS, revela que segue o padrão nacional. “Cabe ao Governo do Estado, a formulação de políticas públicas de desenvolvimento. E isso passa por impostos. A cobrança de 18% de ICMS não tem paralelo em outros lugares do mundo. Só no Brasil”, frisou.

Maurício Emboara ressalta que os governos costumam se apegar à cobrança de impostos, mas esquecem que taxações mais baixas não representam perdas, porque elas facilitam o crescimento dos setores produtivos e acabam resultando em maior arrecadação mais à frente, pois aquece a economia.

Além da pane causada pelos altos impostos cobrados, o que se reflete nos demais estados da federação, Maurício Emboara chama  atenção para uma particularidade da Paraíba. A pequena distância física com capitais vizinhas como Recife e Natal, favorece a concorrência do sistema rodoviário com o aéreo. Muitas vezes, passageiros paraibanos optam por embarcar em voos com saídas destas cidades, contribuindo, assim, para o crescimento do setor aéreos destes estados. Ele lembra que a distância de João Pessoa para Recife é de apenas 108 quilômetros e para Natal 159 quilômetros e que o percurso é bem servido pela BR-101, que há poucos anos foi duplicada e está em excelentes condições.

Porém, mesmo com a concorrência, ele acredita que há espaço para crescimento do setor da aviação no estado. “Uma reavaliação da taxa de cobrança de ICMS já seria um incentivo importante”, resume.

A Paraíba possui dois aeroportos inseridos na malha aérea nacional: Castro Pinto, em João Pessoa, e João Suassuna, em Campina Grande, que não operam voos internacionais regulares. Os destinos diretos de voos partindo do estado são apenas três: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Cargas em números

Em 2015, foram transportados via aérea no estado 857 toneladas em cargas, sendo São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília os principais destinos . O transporte aéreo de cargas pelos feitos através dos aeroportos Castro Pinto, em João Pessoa, e o João Suassuna, em Campina Grande têm como destino São Paulo (40%), Brasília (25%) e Rio de Janeiro (23%).

Multiplicação por sete

A importância do setor aéreo para a economia e as possibilidades de crescimento podem ser percebidas por uma equação usada a partir dos dados levantados na pesquisa da Abear. A aviação multiplica os investimentos feitos no setor por quase sete na forma de retorno econômico para o estado. A conta funciona da seguinte maneira. Os custos com aviação na Paraíba somaram em 2015 cerca de R$ 300 milhões, porém, o retorno financeiro para o estado chegou à casa de R$ 2 bilhões, resultado da cobrança de impostos, pagamento de salários, na cadeia produtiva que cerca a aviação e os negócios relacionados ao segmento.

Efeitos em outras indústrias

* O estudo não dimensionou o impacto causado a outros setores além do turismo, como a serviços de logística, exportações, comércio eletrônico, etc.

Voo turbulento

O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, frisou que o estudo é uma contribuição feita pelo setor para que a sociedade perceba o impacto que este possui na economia e indicar caminhos para que esta presença se torne cada vez mais forte. Apesar da crise econômica, que fez com que a aviação sentisse turbulências nos negócios, com queda seguidas de números de passageiros transportados e, consequentemente, nas receitas das empresas, o momento é comparável a “um pouso mais suave”, ou seja, os números negativos começam a baixar e a perspectiva é que no segundo semestre de 2017 a aviação comece a ganhar altitude nos negócios e siga um voo de cruzeiro.

Para isso, ele aponta a necessidade de revisão das condições gerais de transporte aéreo, do Código Brasileiro de Aviação, entre outras medidas. E estas, Eduardo Sanovicz ressalta, estão em discussão no Congresso Nacional. “Não dá para quantificar um tempo para a recuperação e avanço do setor. Vai depender da velocidade com que as medidas sejam tomadas pelos gestores”, comentou. E concluiu frisando da importância do segmento para a economia, que cresceu ao ritmo de 7,7% ao ano o fluxo de passageiros, que transportou 919 milhões de passageiros entre 2002 e 2015.

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