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Tratamento contra câncer: quais são os efeitos colaterais na pele?

Dermatologista descreve as possíveis consequências desse tratamento na pele de pacientes

Para quem está em tratamento oncológico, os efeitos colaterais são muitos e variam conforme o tipo de câncer e a opção terapêutica utilizada. E, com isso, o que se pode ver na pele é um aumento da sensibilidade, de ressecamento e de prurido (coceira), dentre outros sintomas e sinais.

O médico dermatologista e Prof. Dr. Jader Freire, do curso de Medicina do Unipê, cita outros efeitos colaterais. Dentre eles, estão: urticária, bolhas, vermelhidão, foliculites, erupção acneiforme, manchas na pele (hipercromias, hipocromias, acromias), vitiligo, queimação nos olhos e na pele, língua e mucosa bucal secas, com ardor e dor, aftas, feridas nos lábios e outras feridas na pele que podem infeccionar caso não sejam tratadas. Nas unhas, pode haver descolamento, perda e manchas escuras.

Efeitos no couro cabeludo

Dentre os efeitos na pele advindos da quimioterapia, a alopecia é um dos mais conhecidos. Trata-se da queda dos cabelos, e isso inclui a queda dos pelos dos braços, das axilas, da região pubiana, das pernas, do rosto e de demais partes do corpo. Esse efeito colateral, a Alopecia Induzida por Quimioterapia (CIA), costuma ser um dos mais angustiantes no tratamento sistêmico do câncer, trazendo impactos negativos no bem-estar de muitos pacientes.

“A incidência de CIA grave é menos frequentemente observada em pacientes tratados com novos agentes, como terapias direcionadas, inibidores de pontos de controle e quimioterapia oral; embora em algumas situações esses agentes sejam combinados com drogas citotóxicas que muitas vezes causam CIA. Portanto, a prevenção da CIA continua sendo um tópico importante de cuidados de apoio”, comenta o dermatologista.

Por outro lado, Jader reforça que a alopecia não é definitiva na maioria dos pacientes. O que ocorre, em geral, é a recuperação total dos cabelos após o fim do tratamento. O inverso é raro, mas pode ocorrer: há pacientes que ficam com alopecia definitiva, ou seja, os cabelos não voltam a crescer.

Quimioterapia citotóxica, terapias moleculares, imunoterapias, radioterapia, transplante de células-tronco e terapias endócrinas contra cânceres podem levar a muitos outros distúrbios no couro cabeludo. Além da alopecia, podem ser observados: hirsurtismo (pelos em mulheres em regiões padrão masculino, como barba), alteração da textura, na forma da haste pilosa e da cor do cabelo (pode ficar branco), crescimento excessivo dos cílios, dermatite seborreica, despigmentação e pelo fino.

Prevenção contra alopecia

O método mais eficaz contra a CIA é o resfriamento do couro cabeludo, que pode prevenir ou minimizar a alopecia em aproximadamente metade de todos os pacientes. Mas isso depende de muitos fatores, segundo o dermatologista Jader, como o tipo e a dosagem da quimioterapia.

“O mecanismo de resfriamento do couro cabeludo para evitar a CIA é induzindo a vasoconstrição local. A vasoconstrição reduz o fluxo sanguíneo para os folículos pilosos, interrompendo a absorção de agentes citotóxicos, tornando esses folículos menos vulneráveis aos danos causados pela quimioterapia”, explica o professor.

Cientificamente, o tratamento com resfriamento do couro cabeludo demonstrou ser seguro e bem tolerado. Jader afirma que pesquisas não mostraram diferença na mortalidade geral de pacientes com câncer de mama que tiveram e que não tiveram o couro cabeludo resfriado, além de nenhum risco aumentado de desenvolver metástases na pele do couro cabeludo. O efeito colateral mais relatado do resfriamento, por sua vez, é a dor de cabeça, que é leve e geralmente bem tratada com paracetamol.

“Apesar do impacto psicossocial do tratamento oncológico muitos desses efeitos podem sem minimizados, evitados e tratados adequadamente por um Dermatologista. Por isso, é fundamental o paciente procurar um dermatologista para manejar e prevenir as complicações e efeitos colaterais do tratamento oncológico”, conclui Jader.

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