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Trauma atende mais de 400 queimados s? este ano e Sa?de alerta para per?odo junino

O Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa já notificou 407 casos de queimados semente este ano e 60 deles tiveram como vítimas crianças de 1 a 4 anos. Por isso, a Secretaria de Saúde fez um alerta para chegada do mês de junho e o início do período de festas e comemorações de São João.

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Apesar da beleza e encantamento, acidentes com fogos de artifício e fogueiras são bastante recorrentes nessa época do ano e atingem, principalmente, as crianças – que podem pisar nas cinzas ainda quentes ou se machucar na hora de soltar os rojões.

A orientação é prevenir queimaduras, especialmente neste período do ano, onde as brincadeiras típicas envolvem uso de fogos, balões, bombinhas e fogueiras.

De acordo com o coordenador médico do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital de Trauma de João Pessoa, Saulo Montenegro, o número de atendimentos de pacientes com queimaduras por fogos de artifício dobra durante os festejos juninos.

“Todos os fogos de artifício são perigosos e, portanto, é preciso tomar muito cuidado. É imprescindível seguir fielmente as normas de segurança do fabricante. Além disso, nunca deixar crianças soltar fogos sozinhas, mesmo aqueles que parecem inofensivos”, alertou o coordenador.

A combinação do uso de fogos de artifício com bebida alcoólica pode trazer consequências irreversíveis. “Observamos o aumento do número de pacientes queimados entre 18 e 30 anos por soltar fogos ingerindo álcool. Além de ferimentos superficiais, ocorrências mais graves podem ocasionar queimaduras de terceiros grau, levando a perda de dedos das mãos e de músculos. Para estes jovens, muitas vezes as sequelas são permanentes, incapacitando-os, inclusive, para o mercado de trabalho”, pontuou Saulo Montenegro.

Tipos de queimadura

Queimadura é toda lesão causada por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos que agem no tecido de revestimento do corpo, destruindo parcial ou totalmente a pele, podendo atingir tecidos mais profundos, como o subcutâneo, o músculo, o tendão e o osso.

Quanto à profundidade, as queimaduras podem ser classificadas em 1°, 2º e 3º grau. As queimaduras de 1º grau são aquelas que atingem apenas as camadas superficiais da pele, apresentam vermelhidão, inchaço e dor local, não há formação de bolhas. São chamadas queimaduras de 2° grau aquelas que atingem camadas mais profundas da pele, apresentam bolhas, pele avermelhada e desprendimento de camadas da pele. Já as de 3° grau são as queimaduras que atingem todas as camadas da pele, podendo chegar aos ossos, apresentam pouca ou nenhuma dor, pele branca ou carbonizada.

Como evitar

Alguns cuidados que podem ser tomados para evitar que queimaduras causadas por fogos de artifício ocorram são: não segurar os fogos de artifício com as mãos, não tentar acender os fogos que falharem, disparar os fogos apenas ao ar livre e um de cada vez, não deixar as crianças manusearem os produtos, evitar soltar os fogos perto de hospitais ou sob a copa de árvores, conferir o certificado de garantir do produto e nunca associar bebida alcoólica ao uso de fogos.

Como tratar – Em caso de queimadura, a região afetada deve ser lavada com água corrente ou soro fisiológico e protegida com uma compressa úmida. “Nada de aplicar creme dental, borra de café, manteiga, margarina ou outras receitas caseiras, que apenas pioram o quadro (provocando infecções, por exemplo). Esses elementos podem agravar a dor ou até mesmo causar complicações como infecção e inflamação do local”, esclareceu Saulo Montenegro.

O coordenador médico do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital de Trauma de João Pessoa indicou, ainda, que, caso ocorra algum acidente com queimaduras, é essencial tratá-las desde o início.

“Independente do grau da queimadura, os primeiros cuidados são essenciais para o processo de cicatrização do ferimento. Após sofrer uma queimadura leve, a recomendação é resfriar o local com água corrente e fria. Além de evitar que a queimadura continue evoluindo, a água fria alivia a dor e higieniza o local”.

Durante o processo de cicatrização, é importante evitar o contato da roupa com a região afetada, tomar banho morno com sabonete suave e passar um hidratante neutro, sem perfume e álcool. Envolver a área com panos limpos também é muito importante. No caso das queimaduras pequenas, é indicado o uso de pomadas antibióticas para evitar possíveis infecções na pele em recuperação.

Caso as queimaduras sejam mais graves, de 2º ou 3º grau, é sempre indispensável procurar atendimento médico. “No Hospital de Trauma de João Pessoa temos o Disk Queimados, através do telefone 3216-5700. Antes de ser encaminhado ao hospital, o paciente pode ligar para ser orientado sobre como proceder ainda no local do acidente”, explicou Saulo Montenegro.

Dados

O Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, observa, através de levantamento de dados, que crianças de 1 a 4 anos são as mais atingidas em casos de queimaduras. Até abril deste ano, onde foram contabilizados 407 atendimentos a queimados, 60 casos envolviam crianças de 1 a 4 anos. Em todo o ano de 2014, 1.326 queimados foram atendidos na unidade, tendo a faixa etária com maior incidência a de 1 a 4 anos. Foram 1.280 casos de atendimentos por queimadura no ano de 2013, tendo maior ocorrência a faixa etária de 1 a 4 anos, com 227 casos.

Vale lembrar que o Hospital de Trauma de João Pessoa iniciou no dia 2 deste mês a 13ª Campanha de Prevenção de Queimaduras. A campanha, que tem como slogan “Marcas que Ficam para Sempre”, visa orientar e sensibilizar todos os colaboradores da unidade, além da população, sobre a necessidade do cuidado com os fogos, fogueiras e tudo o que apresenta risco de queimaduras. As ações vão acontecer dentro e fora do hospital e representam um esforço do Governo do Estado e da Cruz Vermelha Brasileira como medida preventiva desse tipo de ocorrência que, quando não mata, pode causar danos irreversíveis à saúde das vítimas.

Já em Campina Grande, o Hospital Estadual Dom Luiz Gonzaga é o único que possui uma unidade de queimados com atendimento ambulatorial e hospitalar funcionando 24 horas, atendendo a população do compartimento da Borborema. A equipe é formada por seis cirurgiões plásticos, dez enfermeiros, 17 técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas.

De acordo com levantamento feito pelo Trauma de Campina Grande, as crianças até seis anos de idade são as maiores vítimas de queimaduras causadas por líquidos quentes, choque elétrico e por fogos de artifícios ou fogueiras juninas. Nos meses de junho e julho há um aumento em torno de 30% nos atendimentos em virtude do São João e período de férias escolares. A maior quantidade de queimaduras acontece nos dias 12, 23 e 28 de junho, respectivamente, vésperas dos dias de Santo Antônio, São João e São Pedro.

Durante todo este ano, cerca de 100 pacientes já foram atendidos com queimaduras, sendo 58 deles adultos e 38 crianças. No ano de 2014, foram 847 pacientes atendidos na Unidade de Queimados. Já em 2013, foram 792 casos envolvendo queimaduras.

O Trauma de Campina Grande iniciou nessa segunda-feira (8) a campanha de prevenção de queimaduras, que se estende até o dia 30 deste mês. Com o slogan “Quem brinca com fogo pode se queimar”, a ação é feita com a distribuição de um material educativo, com o objetivo de alertar as pessoas para o perigo de manusear fogos de artifício de forma inadequada. Além disso, serão realizadas palestras educativas em escolas públicas e privadas e panfletagem em pontos estratégicos de Campina Grande.

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