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UFCG aponta que Nordeste concentra quase 40% dos crimes violentos do Brasil

A Paraíba conseguiu reduzir o número de crimes contra o patrimônios, mas aumentou o número de casos de tráfico de drogas, bem como o de prisões por diversos crimes, entre 2009 e 2013. A informação é resultado de uma pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência (NEVU) do Centro do Centro de Desenvolvimento (CDSA), campus da cidade de Sumé, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) que divulgou resultado de pesquisa sobre a dinâmica da criminalidade nos nove estados nordestinos. Sumé fica a 264 km de João Pessoa, no Cariri da Paraíba.

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A pesquisa analisou os números de crimes (roubo, homicídios e tráfico de drogas) e os indicadores institucionais de segurança pública, como gastos públicos com segurança, efetivo policial, prisões e o apreensão de armas.

O levantamento, de caráter estatístico e descritivo, trabalhou números de diversos bancos de dados estatístico oficiais, utilizando testes de variáveis criminais dependentes e institucionais, independente, como ferramentas para analisar o nível de contenção dos governos nordestinos perante à criminalidade.

O Maranhão foi o estado que teve o maior aumento no número de mortes por agressão, de 2000 a 2013, um acréscimo de 512,2%. No mesmo período, a Paraíba incrementou seu número de assassinatos em 204,7%, saltando dos 507, ocorridos em 2000, para 1.545 em 2013. Pernambuco foi o único estado da região que apresentou redução, com menos 27,7%.

Nos crimes contra o patrimônio, a Paraíba foi o estado nordestino que apresentou a menor taxa de roubos, 106,8 por 100 mil habitantes, no período de 2009 a 2013. Nesse mesmo período, nos números catalogados sobre o tráfico de drogas, o estado paraibano aumentou em 10,42% sua criminalidade. E as prisões pelos diversos crimes tiveram um pequeno crescimento de 4,84%.

Nos investimentos com segurança pública, o único estado do Nordeste que apresentou decréscimo nos gastos foi o Piauí, em menos 180,2%, no comparativo 2009/2013. A Paraíba ampliou em 34,08% e Sergipe, o estado nordestino que mais aplicou recursos, teve um aumento 51,5%.

Os principais resultados demonstram que a maior parte dos estados nordestinos apresentou crescimento nos números da criminalidade e que as medidas institucionais adotadas para sua redução tiveram baixa ou quase nenhuma eficácia.

“As ações governamentais de combate aos atentados à vida e ao patrimônio, bem como ao tráfico de drogas, pouco surtiram efeito – apesar de investimentos crescentes na segurança pública”, ressalta o coordenador da pesquisa, professor José Maria da Nóbrega Júnior, afirmando que os governos gastam mais a cada ano sem chegar aos resultados esperados pela sociedade.

“Na maioria das vezes, os governantes definem suas estratégias de combate ao crime utilizando dados travestidos de ciência” diz o pesquisador, alertando que é necessário considerar os dados e as estatísticas acadêmicas constantemente revisadas para elaboração de planos de segurança pública exequíveis.

Para o pesquisador, os dados apontam para que haja uma melhor estratégia de policiamento “pois a maioria dos estados está com um numerário aceitável de policiais por cem mil habitantes, e a criminalidade é crescente em quase todos eles.”

“Política pública de segurança é feita com inteligência, o que requer domínio teórico e empírico”, ressalta Nóbrega, afirmando que a teoria traz à luz as principais variáveis a serem testadas e que as análises dos dados oportuniza aos gestores uma ilustração do cenário vivido.

“Os estudos acadêmicos precisam ser considerados pelos gestores públicos para uma melhor ação das suas decisões”, pontuou, destacando que são realizados com intuito de diagnosticar, além da descrição dos dados, e promover resoluções mais eficazes – próximas da realidade de cada estado.

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