Enfim, uma data para o que todos desejamos, seja o epílogo da crise política que se arrasta desde janeiro de 2015, quando a presidente Dilma Rousseff admitiu a existência de uma crise, negada durante a campanha eleitoral, e lançou pacote de ajuste fiscal que deflagrou onda de protestos no País, reforçada pelas revelações da Lava Jato. O julgamento final da petista deve ocorrer em 2 de agosto.
Essa é a proposta do relator Antonio Anastasia, e deveria ter sido votada na Comissão de Impeachment, ontem, mas foi adiada para depois da apresentação da defesa da presidente afastada, cujo prazo termina dia 1° de junho.
Raimundo Lira atendeu pedido de Lindbergh Farias (PT), que protagonizou novo duelo verbal com Cássio Cunha Lima (PSDB), ao tentar suspender os trabalhos da Comissão, alegando que o impeachment é um golpe articulado para barrar a Lava Jato e que a prova da “armação” seria a gravação que derrubou o senador Romero Jucá do Ministério do Planejamento.
Farias causou indignação ao propor que só retomassem os trabalhos após um pronunciamento da Procuradoria-Geral da República. Cássio objetou, destacando que o petista sequer mencionou um dispositivo regimental que amparasse a questão de ordem.
O tucano ainda provocou, lembrando quem quem gravou Jucá foi Sérgio Machado, “nomeado no governo do PT, indicado dentro do governo do PT, que roubou dentro do governo do PT, como tantos outros roubaram no governo do PT”. Farias completou: “E que falou do PSDB ontem. Falou do PSDB ontem, que todo mundo roubava”.
O bate-boca entre os dois só parou quando Raimundo Lira indeferiu a questão de ordem do petista, considerando a conversa como “objeto estranho” ao processo em análise.
O calendário de Anastasia tem uma datas reservadas para parecer sobre provas e diligências (2 de junho), oitiva de testemunhas, esclarecimento de peritos e juntada de documentos (de 6 a 17 de junho) e até para o “interrogatório da presidente ou de sua defesa” (20 de junho). No dia 2 de agosto será a vez do plenário decidir se Dilma reassume ou perde em definitivo o mandato. Até lá, não faltarão duelos.
TORPEDO
Sinalizamos a todas as empresas que elas estão autorizadas a ampliar o seu campo de serviços para cumprir o cronograma das obras. Queremos garantir que até o final de dezembro os canais estejam concluídos e a água chegue até a Paraíba e ao Ceará.
Do ministro Helder Barbalho (Integração), sobre a transposição do São Francisco, esperança de solução para a crise hídrica na Paraíba.
Singular…
O deputado Bruno Cunha Lima afirma que existem duas versões da propostas da LDO 2017, e que a publicada no Diário do Poder é diferente da que está no CD Room entregue a deputados, que prevê “tribunais de contas”.
… ou plural?
O tucano diz que a versão publicada faz referência ao Tribunal de Contas, no singular. “Trata-se de um erro de digitação ou o Governo, a despeito de toda esta crise, resolveu capitanear de novo a criação do TCM?”, indaga.
Reação
O discurso tucano a favor de um blocão com participação deles, do PMDB, PTB e PSD decepcionou peemedebistas que esperavam que Cássio, em reciprocidade ao apoio de 2014, escolhesse Manoel Júnior.
Reação 2
Para esses, a inclusão do PSD no arco de aliança significa apoio ao prefeito Luciano Cartaxo, pois consideram inimaginável que desista da reeleição sem que um fato grave obrigue. Vão cobrar posição de Júnior.
ZIGUE-ZAGUE
Como fizeram deputados do PT em Brasília, Anísio Maia afirmou, aqui, que a gravação de Romero Jucá é a confirmação da natureza golpista do impeachment.
Proposto pelo desembargador Leandro dos Santos, o Pleno do TJPB, aprovou voto de pesar pela morte da advogada Maria Helena Ribeiro Coutinho.