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‘Uma Quase Dupla’ é o destaque da semana; confira outras estreias

‘Uma Quase Dupla’ é mais um da safra dos filmes de humor. A diferença é que aqui Cauã Reymond aparece ao lado de Tatá Werneck em um registro cômico. Já ‘As Boas Maneiras’ também traz a Marjorie Estiano no elenco, porém mergulha em um conto de terror moderno regado de críticas sociais.

A comédia de Tatá e Cauã já era de conhecimento do público que acompanha ambos nas redes sociais, já que a dupla compartilhou muitas mensagens de carinho na época das gravações do longa, que nasceu após uma ideia do próprio Cauã. A direção é de Marcus Baldini, de ‘Bruna Surfistinha’.

A premissa da história é simples. Uma série de assassinatos muda a rotina da pequena cidade de Joinlândia, no interior do Brasil, e, para solucionar os crimes, chamam a experiente investigadora carioca Keyla (Tatá Werneck). Contra a sua vontade, ela se vê formando dupla com o ingênuo subdelegado da cidade, Claudio (Cauã Reymond). Essa interação e o choque de personalidades é que são o motor do humor do filme.

‘As Boas Maneiras’

A dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, antes unida no projeto Trabalhar Cansa (2011), volta a desenvolver um filme juntos com ‘As Boas Maneiras’. Apaixonados pela temática do horror, os diretores já haviam desenvolvido obras com referências ao gênero individualmente, como Sinfonia da Necrópole (de Rojas) e Quando Eu Era Vivo (de Dutra).

A fábula de um lobisomem que nasce em plena São Paulo ajuda a ilustrar as tensões sociais da cidade em um terror que vem sendo elogiado pela crítica. A portuguesa Isabél Zuaa interpreta a babá Clara, contratada pela rica Ana (Marjorie Estiano) para auxiliá-la durante a gravidez e o período inicial do seu futuro bebê. O que seria um emprego como qualquer outro acaba se tornando um pesadelo quando Ana começa a se comportar de maneira estranha, com uma fome por carne incomum.

A lenda do lobisomem é usada aqui com uma leitura bem brasileira. A partir de uma crendice popular, de que a criatura surgiria de uma relação carnal entre um padre e uma adúltera. No entanto, o foco do terror acaba não sendo o “monstro”, mas sim um perigo bem mais real: a própria teia de relações urbanas e as tensões entre centro e periferia.

Estreias internacionais

O título brasileiro ‘Bergman, 100 Anos’ talvez não faça jus à obra da diretora Jane Magnussom, já que o título original, Ett år, Ett Liv, poderia ser traduzido como Um ano, Uma vida. E é justamente focando em um ano específico, 1957, que a diretora, responsável por outras duas obras sobre o cineasta (a minissérie Bergman’s Video e o documentário Trespassing Bergman), nos revela um pouco da personalidade e da potência do artista responsável por obras com ‘O Sétimo Selo e Fanny e Alexander’.

Através de depoimentos e imagens de arquivo, entendemos a relação delicada entre a explosão de criatividade que o permitia criar trabalhos para a TV, o cinema e quatro montagens para o teatro, os diversos envolvimentos românticos, um relacionamento em franca decadência e a ausência do pai de seis filhos com três mulheres diferentes.

*Por André Luiz Maia, do Jornal Correio da Paraíba.

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