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Universidades e IFPB sofrem bloqueio de mais de R$ 90 milhões

O corte anunciado pelo governo federal no orçamento das universidades e institutos federais vai impactar diretamente os recursos de custeio e investimento das instituições paraibanas. O corte, cerca de 30% no orçamento anual, representa aproximadamente R$ 44 milhões a menos no caixa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), R$ 27 milhões a menos na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e R$ 22 milhões a menos para o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), somando um corte de mais de R$ 90 milhões.

A reitora da UFPB, Margareth Diniz, explicou que o bloqueio afeta as despesas de manutenção da unidade e que a comunidade acadêmica vê a decisão do Ministério da Educação (MEC) “com extrema preocupação”. “Várias atividades podem ser afetadas, como laboratórios, segurança, água e limpeza”, alertou sobre a possibilidade de serviços serem interrompidos.

A medida não afeta, entretanto, os recursos da assistência estudantil nem o pagamento dos professores. Segundo a reitora, o corte anunciado está restrito aos recursos de custeio.

IFPB

Já o pró-reitor do IFPB, Pablo Andrey, informou que o bloqueio na instituição afeta, além das despesas de custeio, as de investimento. “Tivemos um bloqueio de aproximadamente 40% no custeio, que é a nossa principal fonte de recurso. Tudo que é necessário para o bom funcionamento da instituição é oriundo do custeio. Fora isso, tivemos outro bloqueio de 30% no investimento, utilizado para a aquisição de equipamentos e/ou obras”, explicou.

UFCG

Na UFCG, o orçamento vai diminuir em aproximadamente R$ 27 milhões. O corte deve interferir diretamente nas despesas de custeio e não deve ter impacto na assistência estudantil, mas pode atingir outras bolsas, como de iniciação científica, extensão e monitoria.

“Ainda vamos ter uma reunião para discutir as prioridades. Estamos organizando uma projeção para discutir com a Administração Superior da UFCG”, informou o vice-reitor da UFCG, Camilo Farias.

Inicialmente, o corte, agora estendido para todas as instituições federais, foi anunciado para apenas três universidades – Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade de Brasília (UnB).

Esperança

Com expectativa de reverter o bloqueio, Margareth Diniz informou que há várias ações sendo organizadas pelas universidades e institutos como tentativa de sensibilizar o governo federal.

“A OAB, a defensoria pública e alguns senadores entraram com liminar solicitando a suspensão dos cortes. A sociedade sabe da importância que as instituições de ensino têm, principalmente as públicas, onde há uma quantidade significativa de pessoas com deficiência e de baixa renda, sem condições de pagar para estudar”, concluiu.

Já o reitor do IFPB, Nicácio Lopes, foi a Brasilia nesta segunda-feira (6) para uma reunião do Conselho das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). O objetivo é negociar e dialogar com o MEC para barrar a medida.

‘Balbúrdia’

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que as instituições que estiverem promovendo “balbúrdia”, eventos políticos ou manifestações partidárias em seus campus,  com desempenho abaixo do esperado, terão a verba cortada.

Margareth Diniz, reitora da UFPB, lamentou a declaração do ministro. “A universidade é plural. Quando há casos assim, que são pontuais, têm que ser resolvidos nas próprias instituições. A grande maioria dos estudantes querem se formar e ter um diploma”.

Concurso da UFPB 

Em relação ao concurso da UFPB, realizado no dia 7 de abril, Margareth Diniz afirmou que a medida não vai afetar o certame e os aprovados serão chamados em julho. O concurso ofereceu 131 vagas em funções técnico-administrativas, com cargos que contemplam os níveis médio, técnico e superior.

Atingiram a nota de corte 406 candidatos de cargos da Classe C, 19.870 candidatos da Classe D e 7.840 candidatos da Classe E.

A Reitoria informou que os cargos que tiveram a maior quantidade de candidatos aprovados na nota de corte foram: Assistente em Administração (17.821), Administrador (1.011) e Técnico em Assuntos Educacionais (740).

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