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Urbanista frisa importância de preservar o patrimônio histórico

Brasil tem 14 Patrimônios Culturais da Humanidade, também tombados pela Unesco

A globalização faz com que o novo revestido de moderno, contemporâneo e interessante seja muito valorizado. E no Brasil é perceptível que edifícios históricos e áreas centrais sofrem com o abandono e a desvalorização. Contudo, o patrimônio cultural é responsabilidade tanto do cidadão quanto do Estado. E nesse 17 de agosto, Dia Nacional do Patrimônio Histórico, celebramos, entre outros, a preservação dos nossos bens culturais brasileiros.

Segundo a Profa. Ma. Christiane Nicolau, de Arquitetura e Urbanismo do Unipê, a cidade continuará a crescer, se adensar e se modernizar, mas também deve continuar valorizando o patrimônio e a sua importância, como os edifícios históricos e o seu entorno. Assim, garantindo a sua manutenção, o abandono não marcaria o seu passado. “Edifícios antigos não são necessariamente velhos, eles podem ser o ‘baú do tesouro’ para as novas gerações e isso depende do valor e cuidado atribuído a eles”, compara.

Christiane cita a historiadora francesa das formas urbanas e arquitetônicas Françoise Choay para dizer que contra as forças sociais de destruição que ameaçam os edifícios antigos, eles têm como única proteção a paixão do saber e o amor pela arte.

Fazer as gerações de uma sociedade conhecer os seus caminhos percorridos é imprescindível. E isso possibilita formular um prognóstico que garante o rumo de cidades mais saudáveis, seguras e vivas, frisa Christiane. “Faz parte do Patrimônio material os Monumentos, perímetros urbanos e a paisagem do entorno que os envolvem. Já o Patrimônio imaterial tem relação com o produto humano, tais como danças, músicas, literatura”, diferencia. 

O monumento pode ser entendido como tudo o que for edificado por uma comunidade de indivíduos para rememorar ou fazer com que outras gerações de pessoas rememorem. Mas há diferenças entre monumento e monumento histórico. Um é criado com intenção, como o Cristo Redentor (RJ). “Já o Monumento Histórico só se constitui a posteriori em meio a uma série de edifícios, quando se destaca por sua forte identidade e valor entre a sociedade que o consome, por exemplo, o MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – SP)”, explica.

Patrimônio Cultural no Brasil

A Carta Magna de 1988 concebe patrimônio cultural: bens de natureza material e imaterial, tomados em conjunto ou individualmente, que referenciam a identidade, a ação e a memória dos distintos grupos formadores de sua sociedade. “Ou seja, patrimônio cultural está diretamente relacionado em tempo e espaço com a identidade de uma sociedade, com a história de um povo e os rumos de expansão e crescimento urbano”, diz Christiane.

No entanto, a discussão sobre o que é Patrimônio Histórico e Cultural vem desde a Constituição de 1937. Criado nesse mesmo ano no país, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) reconhece e garante a proteção dos monumentos e áreas históricas a partir dos tombos e registros desses edifícios e paisagens que os envolvem. “O patrimônio é a herança que um povo carrega acerca da sua formação e vida”, ressalta a urbanista.

No Brasil, temos 14 Patrimônios Culturais da Humanidade, também tombados pela Unesco: Centro Histórico de Ouro Preto (MG); Centro Histórico de Olinda (PE); Ruínas de São Miguel das Missões (RS); Centro Histórico de Salvador (BA); Santuário de Bom Jesus de Matosinhos (MG); Brasília (DF); Parque Nacional Serra da Capivara (PI); Centro Histórico São Luís (MA); Centro Histórico de Diamantina (MG); Centro Histórico de Goiás (GO); Praça de São Francisco (SE); Paisagens Cariocas (RJ); Pampulha, em Belo Horizonte (MG); Cais do Valongo (RJ).

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