A Paraíba poderá receber as primeiras doses de uma vacina contra o coronavírus até março de 2021. A expectativa é do secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, que foi entrevistado nesta segunda-feira (7) no Correio Debate, da Rede Correio Sat, em João Pessoa.
Segundo ele, ainda não há nenhuma vacina com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que demora cerca de dois meses para ocorrer. Porém, ele acredita que o processo deverá ser acelerado para que a imunização comece mais rápido.
O secretário pediu que a população não tenha medo da vacina porque ela não trará riscos à saúde após ser aprovada pela Anvisa. O Estado aguarda definições do Ministério da Saúde para conduzir o programa de imunização contra o coronavírus e não pretende fazer acordos bilaterais com países para aquisição de doses, sem a participação do Governo Federal, por falta de recursos para as altas contrapartidas previstas.
Em uma rede social, o governador da Paraíba, João Azevêdo, disse que o Estado está em negociação com o Instituto Butantan e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo para aquisição de doses da vacina contra a Covid-19. “Essa é uma ação paralela ao plano do Ministério da Saúde, para nos anteciparmos e começarmos a vacinação o quanto antes”, postou. “A Secretaria de Saúde já está autorizada a fazer a compra. A vacinação é a saída mais segura para a pandemia e para nossa economia”, completou.
Geraldo Medeiros voltou a afirmar que o Estado não tem a intenção de fechar cidades por meio de ‘lockdown’, o que provocaria mais prejuízos à economia, mas reforça que a população deve colaborar para que isso não ocorra.
Ele pede que as pessoas sigam as instruções de segurança sanitárias, como uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social para que não haja retrocesso na flexibilização. Medeiros já havia falado sobre isso no sábado (5), durante entrevista coletiva conjunta com outros órgãos do Estado e do Município de João Pessoa.
O secretário avalia que a população jovem da Paraíba está contraindo mais o coronavírus. Mesmo que a maioria dos casos não se agrave entre jovens, eles são os principais responsáveis por levar o vírus para casa, provocando infecção em pessoas mais velhas e uma piora no quadro epidemiológico do estado.
O secretário voltou a criticar festas, eventos e aglomerações de pessoas, comuns em fins de semana e que desrespeitam as regras sanitárias. A população deve denunciar por meio dos telefones 190, da Polícia Militar em todo o estado, ou 160, da Ouvidoria Municipal de João Pessoa.
Além disso, ele apontou que as campanhas e festas políticas com aglomeração de pessoas, durante o período eleitoral, agravaram a situação da pandemia no estado. No Sertão, onde se identificou uma grande quantidade desses eventos, o quadro é preocupante e os hospitais da região estão com média de 90% de ocupação. Algumas unidades alcançaram 100% e há pacientes sendo transferidos para hospitais de Campina Grande.
O secretário não soube precisar quando será possível a retomada das aulas presenciais. Ele aguarda mais dados do inquérito sorológico feito pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para definir sobre os rumos da educação na Paraíba.
O inquérito “Continuar cuidando – Observatório da Covid-19” tem como objetivo conhecer o cenário epidemiológico do vírus na Paraíba e subsidiar a retomada lenta e gradual de atividades futuras, como o retorno seguro das aulas presenciais.
Segundo a SES, o inquérito sorológico é pioneiro no país pelo modelo abrangente e gira em torno do perfil de saúde e sociodemográfico das famílias. A pesquisa vai abordar, além das questões de saúde, qual o entendimento da população em relação à retomada das atividades da rede de ensino na Paraíba.
Assista abaixo à entrevista completa com o secretário Geraldo Medeiros: