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Vereadora vai pedir novas eleições em Cabedelo

A vereadora Fabiana Regis (PDT), vai pedir à justiça a realização de novas eleições na cidade de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa. O argumento apresentado por ela para requerer esse processo será a garantia da segurança no futuro político e administrativo do município. Fabiana é uma das parlamentares sobreviventes a Operação Xeque-Mate.

Há duas semanas, Cabedelo viveu um dos maiores escândalos políticos da Paraíba com a deflagração da operação, que resultou nas prisões do prefeito, vice-prefeito e cinco vereadores. Outros cinco parlamentares foram afastados das funções e a Câmara Municipal hoje funciona com a presença de dez suplentes e apenas cinco titulares.

“É preciso que a justiça dê uma resposta quanto a esta situação de Cabedelo. Estamos aqui preparados para assumir a nossa responsabilidade enquanto oposição e em favor do nosso povo. Vamos pedir novas eleições e exigir que a Câmara também dê um posicionamento,” pontuou.

Fabiana frisou que é preciso um posicionamento da Câmara de Vereadores de Cabedelo, porque nenhum processo de cassação foi dado entrada ainda. Além disso, Fabiana lembrou que a eleição da nova Mesa Diretora, que resultou na posse de Vitor Hugo como prefeito interino, também está sendo questionada e, por isso, a movimentação política na cidade ainda não acabou.

“Ainda estamos saindo do choque, estamos tentando nos adaptar aos fatos, já que ainda não houve uma conclusão desse processo. Com a prisão do prefeito, prisão de vereadores, afastamento de outros, a cidade ainda está tentando entender como é que vai ficar essas peças, em que lugar cada um vai ficar,” disse Fabiana Regis.

Sobre o mandato interino, Fabiana Regis disse que, apesar de fazer parte da oposição, reconhece que algumas atitudes do prefeito interino Vitor Hugo (PRB) têm sido favoráveis à população, em especial ao servidor público que sofreu bastante na gestão do prefeito Leto Viana (PRP), preso na operação Xeque-Mate.

Vitor Hugo evita falar em novas eleições

O prefeito interino Vitor Hugo disse não pensar na questão de novas eleições na cidade e alegou que o momento é de pensar em trabalho para garantir o desenvolvimento de Cabedelo.

Ele lembrou que uma de suas primeiras medidas à frente do cargo foi promover o enxugamento da folha, exonerando servidores considerados ‘fantasmas’. O gestor também cancelou o contrato com uma empresa de vigilância, que havia sido citada na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal.

A medida, segundo ele, proporcionou uma economia de mais de R$ 1,5 milhão aos cofres municipais. “Com a iniciativa, anunciamos o pagamento do 1/3 de férias aos servidores efetivos, em atraso há 3 anos. Além disso, vamos estudar um reajuste salarial aos professores, médicos e agentes de saúde locais”, afirmou.

Vitor Hugo garantiu que vem mantendo um diálogo aberto e honesto com todos os vereadores, por quem foi escolhido para ocupar de forma interina a prefeitura da cidade. “A relação entre Executivo e Legislativo tem sido voltado, prioritariamente, para o desenvolvimento da cidade o bem-estar da população”, destacou.

A visão do povo duas semanas depois

Outdoor em Cabedelo agradece trabalho da PF (Foto: Reprodução Whatsapp)

Na cidade, o sentimento da população é de alívio, em alguns momentos, por compreender que a justiça está sendo feita no combate à corrupção. Entretanto, segundo alguns depoimentos colhidos pela reportagem do Portal Correio, apesar de a população aplaudir o trabalho da Polícia Federal, a indefinição sobre o futuro da cidade deixa angústia em algumas pessoas.

Para a dona de casa, Maria do Nascimento Pereira, 57 anos, o sentimento é de liberdade. “Estamos livres. Cabedelo já foi muito humilhada. A justiça foi feita nesta prisão”, desabafou.

Com 17 anos, mas conhecendo como funciona o processo político na cidade, uma estudante não quis se identificar, mas foi bem direta na sua opinião. “Foi um alívio ver a polícia fazendo as prisões e que espera que agora o povo aprenda a votar melhor”, ressaltou.

Embora não possa ser dito que esse sentimento seja unânime, parece que a grande maioria da população tem esse mesmo espírito narrado pelos cidadãos acima citados. Tanto que o Movimento em defesa de Cabedelo colocou na cidade um outdoor agradecendo à Polícia Federal pela execução da operação, que prendeu ao menos sete políticos.

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