O processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff criou um abismo entre o PT e os partidos que foram favoráveis ao afastamento da petista. Pelo menos até o início da campanha deste ano.
À época, o PT chegou a lançar uma resolução vetando alianças com as siglas que foram favoráveis ao impeachment de Dilma, a quem tachou de ‘golpistas’. A resolução não impediu, no entanto, que no Nordeste os petistas se aliassem com esses partidos na maioria dos estados da região.
Na Paraíba, os petistas emplacaram o nome do deputado federal Luiz Couto na disputa pelo Senado, mas não conseguiram evitar a presença de partidos como o DEM, PTB e PPS na aliança que lançou João Azevêdo (PSB) como candidato a governador. Couto inclusive é companheiro de chapa do ex-emedebista Veneziano Vital do Rêgo, hoje no PSB, mas que votou a favor do impeachment.
Além de Vené, os deputados Wilson Filho (PTB), Efraim Filho (DEM) e Hugo Motta (PRB) também votaram pelo afastamento da petista.
Outro exemplo de aliança com o MDB também acontece no estado de Alagoas. Lá, o PT integra a coligação do candidato a governador Renan Calheiros Filho. O mesmo acontece no Piauí, onde o candidato Wellington Dias se aliou ao MDB, PP, PTB e PSD.
Em Pernambuco, o PT apoia Paulo Câmara, do PSB, para o governo do estado. Lá, os petistas também estão juntos a emedebistas, progressistas e figuras do PSD e Solidariedade.
No Ceará, o partido lançou Camilo Santana como candidato a governador, mas também tem o PP, PTB, DEM, PPS entre os aliados.
Apenas no Rio Grande do Norte, o partido não se aliou a legendas favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff.