Um vigilante foi morto por um policial militar na manhã deste sábado (14), no bairro da Palmeira, na Zona Norte de Campina Grande (PB). Segundo apuração da TV Correio, a vítima não estava armada e foi morta apenas por ter feito um movimento para mostrar o documento durante uma abordagem da Polícia Militar.
Tácio Pereira Lima, de 27 anos, estava de folga neste sábado, seguindo de moto com o tio para a casa da mãe, no Jardim Continental. Quando os dois passavam pela Avenida XV de Novembro, que liga o Centro de Campina ao bairro da Palmeira, foram abordados por policiais militares.
O tio da vítima, Edson da Silva Pereira, disse que os dois desceram da moto, conforme solicitado por um dos policiais. O PM teria pedido que Tácio mostrasse um documento de identificação, mas quando ele colocou a mão no bolso para isso, outro policial militar que estava dentro da viatura atirou no abdome do vigilante.
“Por que você atirou no rapaz?”, teria perguntado Edson ao PM. Segundo o tio de Tácio, ele respondeu que atirou porque achava que o jovem iria tirar uma arma do bolso. “Ele era trabalhador, trabalhava de vigia, nunca foi preso”, disse o tio da vítima.
Os mesmos policiais que participaram da abordagem socorreram Tácio na viatura para o Hospital de Trauma de Campina Grande, mas a vítima já chegou sem vida. O vigilante era casado e deixa uma filha.
O caso foi levado para a Delegacia de Homicídios de Campina Grande, onde parentes da vítima e policiais militares foram ouvidos em depoimento à delegada Mercília Dantas.
O Comando Regional da PM em Campina Grande informou que o policial se apresentou voluntariamente à delegacia durante a tarde, na presença de advogado. A Corregedoria da Polícia Militar também acompanhou o depoimento e decidiu afastar o policial de suas funções por tempo indeterminado.
“O policial responderá internamente a um processo administrativo para apurar se houve erro de conduta e, criminalmente, à Polícia Civil, pelo homicídio. Além disso, passará por tratamento psicológico, pois ficou bastante abalado com o ocorrido”, disse o coronel Arilson Valério, comandante do Comando do Policiamento Regional I, que responde pela região de Campina Grande.
Ainda conforme o coronel, o PM suspeito reforçou em depoimento a versão de que a vítima teria levado uma das mãos à cintura, quando a ordem policial era de mãos à cabeça.
Segundo Arilson Valério, foram encontrados com o vigilante três papelotes de maconha. O comandante da PM acrescentou que a vítima responde a processos por roubo de motos. O tio dele teria confirmado que o vigilante era viciado em maconha.
Com informações de Amy Nascimento, da TV Correio
* Matéria atualizada para acrescentar versão da PM