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Vitoriosos e derrotados

Perder é ruim, testemunhar a ascensão dos adversários é pior. Talvez por isso o governador Ricardo Coutinho ainda não tenha percebido que falta coerência ao discurso que faz em defesa da legalidade e do regime democrático, a proposta de novas eleições e até mesmo nas relações com o PSB, no esforço para salvar a presidente Dilma Rousseff do impeachment.

Difícil de acreditar, mas RC adotou o discurso do PT, que paranão enfrentar as denúncias de corrupçãoe má gestão, passou a falar em “golpe” contra a Presidente que levou o Brasil a pior crise econômica em 35 anos (FMI), e a um saldo de 10 milhões de desempregados.

O governador, que sempre trabalhou as marcas da seriedade e eficiência, abraçou a tese com vigor. Virou interlocutor da petista junto aos governadores do Nordeste. Tentou influenciar seu partido, mas o PSB rejeitou seus argumentos e apoiou o impeachment. Crítico de infiéis, RC ignorou a decisão da maioria (é respeitada na democracia) e foi à batalha por Dilma.Perdeu.

Até domingo, quando a Câmara decidiu por 376 votos a favor e 137 contra autorizar o prosseguimento do impeachment, RC pregava a legalidade. As normas vigentes estabelecem que, afastado o Presidente, assume o vice. Mas agora ele propõe novas eleições com o argumento de que Michel Temer não tem a legitimidade dos votos.

Ora, houve uma coligação e a chapa registrada na Justiça Eleitoral foi Dilma/Temer. O tempo e a estrutura do PMDB em todo o País, assim como os do PT, estavam à serviço da chapa. A diplomação foi dos dois. E ele não tem legitimidade? E a legalidade?E o aval de 72% dos representantes de todos os brasileiros na Câmara dos Deputados?

Como 48 dos 81 senadores já declararam apoio ao impedimento, só um fato extraordinário impedirá que Michel Temer assuma a Presidência em maio. E isso vai impactar as eleições municipais na Paraíba, porque estará no Poder até depois do processo eleitoral, no mínimo.

A posse de Temer significará uma vitória dos maiores adversários do governador: Cássio Cunha Lima, José Maranhão, Aguinaldo Ribeiro, Rômulo Gouveia, Manoel Junior… Por isso propõe novas eleições. A legalidade favorece o vice. O debate sobre legitimidade é igual ao do golpe.

Torpedo

“A população mostrou sua indignação com a presidente Dilma, mostrou que de fato ela não tinha mais como governar o Brasil. Os deputados federais escutaram e votaram pelo povo brasileiro”.

Da deputada Camila Toscano (PSDB), sobre o placar da Câmara ao autorizar o prosseguimento do impeachment.

Cássio…

O bloco PSDB/DEM/PV já indicou seus nomes para as quatro vagas que terá na Comissão do Impeachment no Senado. E Cássio Cunha Lima está na lista, ao lado de Aloysio Nunes, Antonio Anastasia e Ronaldo Caiado.

… e Lira

Já o peemedebista Raimundo Lira está cotado para a presidência da Comissão. Tem perfil certo para comandar os embates que virão. O PMDB indicará cinco dos 21 titulares. A eleição será nesta segunda-feira.

Resultados

Manoel Júnior (PMDB)descartou qualquer possibilidade de desistir da candidatura a prefeito de João Pessoa por ministério no governo Temer. Disse que o que espera dele são prioridades e resultados para o Brasil.

“Amostra”

Efraim Morais explica que a estimativa de perdas de R$ 6,2 bilhões dos fundos de pensão, apuradas na CPI, diz respeito apenas aos casos mais polêmicos. Seria uma amostra. “O rombo é maior do que o da Petrobras”.

Zigue-Zague

O senador Aécio Neves revelou que sugeriu a Michel Temer que ao assumir a Presidência proponha ampla reforma política, que mude as práticas no Brasil.

Citou, entre outras propostas em discussão, a adoção de cláusulas de barreira para partidos, do voto distrital misto e o fim das coligações proporcionais.

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